Dijsselbloem: "Resgate da Grécia não foi um sucesso"

Dijsselbloem: "Resgate da Grécia não foi um sucesso"
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De  Damon EmblingIsabel Marques da Silva
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Dijsselbloem: "Resgate da Grécia não foi um sucesso"

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Jeroen Dijsselbloem acaba de publicar um livro sobre a "Crise da Zona Euro", uma espécie de memórias da presidência do Eurogrupo, ao longo de cinco anos.

Vários países estiveram sob supervisão da troika e um dos casos mais complexos foi o da Grécia, cujo resgate terminou em agosto, ao fim de oito anos.

O ex-político holandês, de centro-esquerda, falou com Damon Embling, da euronews, que lhe pediu uma avaliação sobre a situação grega atual.

Jeroen Dijsselbloem: Algumas pessoas consideram que a saída da Grécia do programa de resgate é um grande sucesso, mas não penso que se possa dizer isso. O programa foi muito longo, muito difícil, com muitos fracassos.

euronews: Durante essa crise alguma veze se colocou na posição dos próprios gregos, alguma vez ouviu mais a emoção do que a razão?

Jeroen Dijsselbloem: Na verdade, fiquei muito zangado ao pensar nas consequências para o cidadão grego comum, que estava numa situação muito difícil.

euronrews: Uma declaração sua foi muito polémica. Cito: "Não se pode gastar todo o dinheiro em bebidas e mulheres e depois pedir ajuda". É algo de que se arrepende?

Jeroen Dijsselbloem: O sentido da minha declaração era que, quando e faz parte de uma comunidade como a da zona euro, não se pode apenas pedir solidariedade, sem se demonstrar responsabilidade. Teria expressado isso de outra forma se voltasse a ter oportunidade.

euronews: Os negociadores de Bruxelas e Londres tentam fechar um acordo muito difícil sobre o Brexit. Se participasse na mesa de negociação com Dominic Raab e Michel Barnier, em Bruxelas, o que lhes diria?"

Jeroen Dijsselbloem: "Que se deve minimizar os danos. Isso é o melhor que podemos fazer no momento. Penso que precisamos de nos preparar para alguns cenários muito maus.

euronews: Pensa que haverá um acordo?

Jeroen Dijsselbloem: Sou otimista, penso que é possível. Mas haverá algumas linhas vermelhas que não serão respeitadas. E a questão mais importante é a da estabilidade política.

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