Líderes europeus procuram entendimento para recuperação económica

Enquanto investigadores de todo o mundo trabalham em contrarrelógio para descobrir uma vacina contra o novo coronavírus, encontrar a cura para o desastre económico provocado pela pandemia de Covid-19 está-se a revelar uma verdadeira dor de cabeça para os líderes europeus.
A Áustria, Holanda, Suécia e Dinamarca, países do chamado "quarteto frugal", reafirmaram a posição de que qualquer dinheiro distribuído tem de ser devolvido.
O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, concorda quem devem existir condições, mas sem passar por um regresso à austeridade.
"Há uma condicionante relacionada com a despesa. Destina-se a financiar uma mudança estrutural na Europa relacionada com a economia verde e digital. A segunda ideia é que não existe a troika como condição. Desta forma fomos capazes de afastar a desconfiança que descreve a crise pós-2010", sublinhou, em entrevista à Euronews, Mário Centeno.
O pacote de resgate proposto pela Comissão Europeia inclui um Fundo de Recuperação europeu de 750 mil milhões de euros e um robusto orçamento comunitário de biliões de euros.
Mas permanecem dúvidas em relação à quantidade, como será distribuída e obtida.
Alguns eurodeputados, como Iratxe García, da Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, pedem aos líderes europeus para pensarem além das fronteiras nacionais: "É uma questão de solidariedade mas não só. Também estamos a falar do mercado único e sobre a sobrevivência do euro. É preciso que os países que ainda estão relutantes em apoiar este plano percebam isso."
Os líderes europeus reúnem-se esta sexta-feira, através de videoconferência, para acertar agulhas pela primeira vez desde o anúncio da proposta do programa de recuperação europeu.
Não se espera um acordo para já. Os avanços poderão acontecer em julho.