Eurodeputados rejeitam cortes propostos nos programas da UE

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De  Isabel Marques da SilvaDarren McCaffrey
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Parlamento aprova resolução para abrir negociações com a presidência alemã do Conselho Europeu. Só depois da 'rentrée' política o orçamento europeu será votado, necessitando de maioria na assembleia europeia

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Por grande maioria, os eurodeputados aprovaram, quinta-feira, uma resolução a exigir alterações ao futuro orçamento da União Europeia, apesar do alerta de Charles Michel sobre a difícil conquista na cimiera de líderes, no início da semana.

"Agimos com rapidez e urgência. Em menos de dois meses, negociámos um bilião e 800 mil milhões de euros e essa resposta é massiva", disse Charles Michel, na sessão plenária extraordinária, em Bruxelas.

Os eurodeputados consideram razoável o valor global do plano para ajudar à recuperação de cada um dos Estados-membros, mas estão contra cortes nos programas que são geridos pela Comissão Europeia.

"O orçamento europeu, tal como está, parece-se mais com um orçamento para o século XX do que para o século XXI, porque fez cortes nos programas de investigação, nos pilares ecológicos da política agrícola comum", disse Philippe Lamberts, eurodeputado ecologista belga.

"Não há suficiente dinheiro para políticas de futuro devido aos cortes nas áreas da inovação, política externa, setor da saúde e penso que é nessas áreas que temos de investir", disse Nicola Beer, eurodeputada liberal alemã.

"Estou dececionado por várias razões, penso que devemos gastar mais dinheiro em projetos sobre o futuro, tais como a educação e a investigação", afirmou David McAllister, eurodeputado de centro-direita alemão.

O problema do Estado de direito

"Ainda temos de perceber como iremos evitar que os fundos europeus vão parar às mãos dos oligarcas anti-europeus que violaram o Estado de direito e que no passado usaram os fundos europeus para o seu próprio benefício", explicou Katalin Cseh, eurodeputada liberal húngara.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reconheceu que foram feitos cortes que podem ser difíceis de aceitar pela assembleia, mas no que ao Estado de Direito diz respeito, nada ficará como antes.

“A Comissão vai continuar a trabalhar, voltando a analisar a nossa proposta de 2018 sobre o Estado de Direito. Vamos trabalhar com os eurodeputados para garantir que nossa proposta de 2018 será levada em conta e melhorada se necessário", disse von der Leyen.

O Parlamento aprova uma resolução que constitui um mandato para as negociações com a presidência alemã do Conselho Europeu. Só depois da 'rentrée' política deverá pronunciar-se sobre o orçamento plurianual, que tem de ser aprovado por maioria da assembleia europeia para entrar em vigor.

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