2011 é um ano crucial para a Ucrânia no plano internacional, no que toca às relações com a União Europeia e com a Rússia.
Esta encruzilhada foi um dos temas da conferência de Yalta na região da Crimeia.
O encontro realizou-se no Grand Livadia Palace, o mesmo hotel onde Roosevelt, Churchill e Estaline traçaram o futuro da Alemanha em 1945.
Este ano, a reunião teve menos peso histórico mas incluiu questões estratégicas para o país, como a assinatura de um acordo de comércio livre com a União Europeia.
No entanto, as negociações são ensombradas pela detenção e julgamento da antiga primeira-ministra Yulia Tymoshenko.
“Estamos a negociar um acordo de associação e houve progressos até agora. Mas a qualidade dos progressos vai ser medida pelos avanços da Ucrânia em matéria de direitos e liberdades”, afirma o comissário europeu responsável pela política europeia de vizinhança, Srefan Fuele.
Timochenko é acusada de abuso de poder durante a assinatura de acordos de fornecimento de gás russo à Ucrânia em 2009.
O novo governo de Kiev exige a revisão dos acordos e entrou em conflito com a Rússia. Mas o presidente ucraniano Vikor Yanukovych
mantém um discurso apaziguador.“Não estamos dominados pelas emoções. continuamos a ser um parceiro estratégico da Rússia”, afirma Yanukovych.
Os políticos da oposição criticam a incapacidade do governo ucraniano em lidar com Moscovo.
O antigo deputado e ministro das finanças, Arseniy Yatsenyuk, considera que os políticos não souberam usar os argumentos certos perante a posição da Rússia.
“Não queremos descontos e não estamos a pedir gás de graça à Rússia. Queremos ser tratados com igualdade. Não queremos dar tudo o que temos à Rússia como fizemos no último ano e meio”, afirma Arseniy Yatsenyuk.
Moscovo não quis estar presente em Yalta e organizou um forum alternativo.
A Rússia assinou um acordo para fornecimento de gás à Europa através do gasoduto South Stream sem passar pela Ucrânia.
A União Europeia aconselha o país a diminiur a dependencia face ao gás.
“O futuro da Ucrânia, como o de muitos outros países europeus, passa pela economia, produção, serviços, comércio, turismo e transporte, algum gás, também, mas não pela enorme dependência atual”, exortou o ministro dos negócios estrangeiros da Suécia.