Esta semana fomos até França e Itália para ver o estado do crédito bancário europeu e perceber as consequências da fragmentação financeira.
Durante nove anos, o euro criou um mercado monetário que funcionou porque as taxas de juro entre os diferentes tipos de empréstimo convergiam. No entanto, a crise financeira fez com que a dívida soberana de muitos países se tornasse muito cara, criando grandes diferenças nas taxas de juro.
Vários bancos hesitam em emprestar a instituições de países que apresentem elevado risco e preferem investir em países considerados seguros. Em Espanha e em Itália, as empresas podem chegar a pagar pelos empréstimos mais 1,6 pontos percentuais do que as congéneres alemãs.
Para as pequenas e médias empresas é como um círculo vicioso: num ambiente de recessão, elas assistem à contração do mercado interno, tendo menos capacidade para gerar receita e pagar dívidas. Depois, os bancos não emprestam a empresas com perfil de risco e o custo do crédito dispara. Em entrevista, os economistas Jean Paul Fitoussi e Jacques Attali comentam o impacto da fragmentação financeira na economia real.