Astana, no Cazaquistão, é o cenário da assinatura da União Euroasiática a 29 de maio entre o Cazaquistão a Rússia e a Bielorússia.
Um projeto pós-soviético de integração com o apreço especial de Vladimir Putin que visa substituir os laços políticos pelos económicos. A apenas alguns dias da assinatura do tratado, é a altura ideal para realizar um fórum económico.
Cazaquistão e Bielorrússia adiantaram que não têm intenções de perder a sua independência, e que a questão se resume apenas a negócios.
O Cazaquistão não vai ceder a soberania a ninguém, disse o vice-primeiro-ministro Bakytzhan Sagintayev: “Não vamos voltar à antiga União Soviética. Estamos a criar uma união puramente económica, com princípios pragmáticos. Queremos uma economia em crescimento e o desenvolvimento dos nossos negócios. Queremos que os investidores venham até nós e, eventualmente, aumentar o nosso PIB.”
A Rússia começou a formar uma parceria económica regional com a Bielorrússia, Cazaquistão, Ucrânia e os Estados da Ásia Central no início de 2000. A crise de 2008-2009 estimulou a convergência da Rússia, do Cazaquistão e da Bielorrússia, mutuamente dependentes do fornecimento de gás e petróleo.
Em 2010, formaram uma união aduaneira com o objetivo de fortalecer o comércio mútuo, através da eliminação das barreiras alfandegárias.
Rakhim Oshakbaev adianta que: “Uma série de marcas famosas vieram para o Cazaquistão e trouxeram investimentos diretos. Estão interessadas no acesso ao mercado comum da União com mais de 170 milhões de pessoas, e com um PIB de 1600 biliões de euros.
Várias corporações como a Toyota, a SsangYong, ou a Iveco começaram a organizar linhas de produção no Cazaquistão. “Para que a União Eurosiática seja benéfica, deve ser benéfica para a empresa, para o comerciante individual e para o investidor individual. Só aí começa a ser benéfica para a união como um todo”, explica Antonio Somma.
Mas pode ser difícil evitar a geopolítica. Com mais de 50% do seu comércio com a Rússia, Bielorússia e Cazaquistão. A Ucrânia foi uma peça-chave no programa da Eurásia durante a última década.
Rússia ofereceu 11 mil milhões de euros em créditos um preço baixo pelo gás, para fazer com que a Ucrânia não entrasse no acordo comercial com a UE. Esse conflito sobre a escolha da Ucrânia entre o Oriente e o Ocidente levou à atual crise no país.
Tatiana Valovaya dá a sua opinião: “Creio que a União Económica Euroasiática não poderia ter nascido sem a Ucrânia, mas com a Ucrânia como membro esta organização pode não funcionar muito bem. Talvez seja melhor que a Ucrânia já não faça parte deste projeto euro-asiático de integração.”
Mas a porta está aberta. Arménia e Uzbequistão também se comprometeram a participar. Tadjiquistão e Quirguistão também gostariam, mas ainda não podem. A União Euroasiática entra oficialmente em operação a 1 de janeiro de 2015.