Poder local e sociedade civil antecipam cimeira climática de Paris

Poder local e sociedade civil antecipam cimeira climática de Paris
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A luta contra as alterações climáticas depende do que vai ser feito a nível local. Foi o que representantes de cidades e regiões do mundo inteiro

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A luta contra as alterações climáticas depende do que vai ser feito a nível local. Foi o que representantes de cidades e regiões do mundo inteiro vieram sublinhar em Lyon, numa cimeira que antecedeu a conferência sobre o clima que vai decorrer em dezembro, em Paris (COP 21).

Cerca de 50 organismos, incluindo da sociedade civil e do setor privado, assinaram um conjunto de propostas.

Ronan Dantec, da UCLG (a Rede Global de Cidades, Governos Locais e Regionais), afirma o seguinte: “Nós queremos mostrar aos países que estes não podem fazer promessas sem pensar nas intervenções a nível local. É aí que se vai decidir a batalha das alterações climáticas. As regiões estão dispostas a assumir o compromisso e a passar à ação. Mas são necessários recursos, sobretudo ajudas financeiras aos países do sul. Este encontro serve para assumir compromissos e transmitir esta mensagem.”

Matthew Rodriguez, o responsável pelo Ambiente do Estado da Califórnia, também participou na cimeira. A região americana, que isoladamente ocupa o lugar de sétima economia mundial, tem desenvolvido um trabalho que é apontado como um exemplo a seguir.

“Os nossos programas ambientais e de tecnologias limpas atraem dinheiro para a Califórnia. Neste momento, temos investimentos anuais nestes setores que ascendem aos 5,7 mil milhões de dólares. Só a indústria da energia solar representa 65 mil empregos no nosso Estado. São, portanto, programas que estão a transformar a base da nossa economia, com baixas emissões de carbono, promovendo, ao mesmo tempo, o crescimento económico”, salienta Rodriguez.

Em Lyon, apelou-se à mobilização de recursos para ajudar as economias a diminuir a produção de gases com efeito de estufa. Uma questão que passa por oferecer garantias ao setor privado.

Segundo Christiana Figueres, da ONU, “os Estados federais, nacionais e as autoridades locais têm a obrigação de estabelecer regulações que dêem confiança ao setor privado, para que possa haver investimentos em infraestruturas, sobretudo no setor da energia, mas também nos transportes, na construção de edifícios… Infraestruturas completamente diferentes do que havia no século passado.”

É um repto à mudança de atitudes. A criação sustentável de emprego é outra das linhas de ação que vai ser levada à mesa de negociações em Paris, impulsionada pela Confederação Sindical Internacional (ITUC).

A secretária-geral da ITUC, Sharan Burrow, realça que “nos sindicatos costuma dizer-se: ‘Num planeta morto, não há emprego’. Isto é muito mais do que um slogan. Já assistimos à perda massiva de empregos. O que queremos é ter empregos mais seguros, mais ‘verdes’, e ver investimentos numa transformação industrial com cada vez menos emissões. O objetivo ‘carbono zero’ não é uma opção: é um imperativo, se quisermos salvar o planeta.”

Para Mamadou Cissokho, presidente da ROPPA (rede de produtores agrícolas da África ocidental, “o processo de adaptação implica mudar a forma como se vê a vida e esse é o grande problema dos ricos. Adaptar-se significa colocar em questão atitudes e comportamentos. Mas há quem prefira aligeirar as coisas para diminuir as consequências da mudança. Não há futuro se não nos adaptarmos, porque os recursos estão a acabar e não podemos criá-los de novo.”

Os compromissos serão apresentados aos participantes da conferência de Paris, onde um conjunto de 196 países vai negociar um novo acordo climático para fazer face ao aquecimento global do nosso planeta.

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