O continente africano face às alterações climáticas

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As alterações climáticas e o continente africano - foi um dos grandes debates na cimeira Africities, que decorreu em Joanesburgo.

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A época das chuvas já devia ter chegado há muito na África do Sul. A falta de precipitação começa a provocar carências na rede de abastecimento de água. As alterações climáticas são objeto de inúmeros debates internacionais. Mas de que recursos dispõem os governos locais? Foi uma das perguntas que motivou a sétima cimeira Africities, em Joanesburgo.

O jornalista da euronews Olivier Péguy salienta que “durante cinco dias, milhares de representantes do poder local, provenientes de todo o continente africano, vieram partilhar ideias. Em comum têm este princípio: os problemas podem ser globais, mas as soluções têm origem à escala local.”

Cerca de trinta cidades africanas – entre as quais Abidjan ou Lagos -, começaram a implementar medidas pelo ambiente. A redução das emissões de CO2 pode passar por plantar mais árvores nos tecidos urbanos e adotar transportes coletivos menos poluentes. Joanesburgo assumiu o desafio, como sublinha o presidente da Câmara, Parks Tau: “Estamos a trabalhar num programa de geração de energia a partir de lixo. Temos igualmente um projeto para fornecer eletricidade a partir das estações de tratamento de águas residuais. Também existe um programa para instalar um sistema misto de abastecimento nos autocarros, que passam a consumir gasóleo e biogás. O objetivo é arranjar progressivamente mais fontes fiáveis de gás, de forma a podermos converter-nos totalmente a essa energia.”

E não estamos a falar apenas das grandes metrópoles. As pequenas localidades também marcam presença no debate ambiental. Amadou Bécaye Diop, autarca de Ross-Bethio, uma cidade de 12 mil habitantes no norte do Senegal, está a apostar no potencial energético do cultivo do arroz: “Nós estamos a aplicar um programa para evitar a utilização de carvão vegetal e até de gás. Em vez disso, recorremos à palha de arroz. É possível poupar imenso, porque a palha de arroz permite cozinhar mais tempo do que o carvão vegetal. Isso evita o abate de árvores, a deflorestação, e permite à localidade de Ross-Bethio de atingir os seus objetivos ambientais.”

Várias cidades africanas debatem-se com um problema constante: os cortes de eletricidade. O uso de painéis solares é uma solução cada vez mais procurada. “Fiquei muito surpreendido quando fui a uma pequena localidade do Burkina Faso e me deparei com lojas de painéis solares. O material vem da China para ser vendido nessas lojas. Isso mostra, de facto, que estamos a atravessar um período de transição energética. Os preços são acessíveis, há procura e, portanto, as pessoas usufruem das tecnologias”, aponta Vincent Kitio, responsável da agência Habitat das Nações Unidas.

A missão do desenvolvimento sustentável vai continuar a ser explorada na próxima cimeira Africities, que vai decorrer em 2018, em Brazzaville, no Congo.

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