PME+Tecnologia= Emprego e produtividade

Nesta edição de Business Planet fomos até ao polo da Universidade de Warwick em Conventry. Paul Milne é membro da estrutura da Universidade que ajuda as pequenas e médias indústrias a desenvolver novos produtos, novos procedimentos, graças ao que chamamos tecnologias facilitadoras essenciais, isto é, as tecnologias de ponta.
Composição das tecnologias facilitadoras essenciais (TFE)
Serge Rombi, euronews: Até que ponto as TFE são importantes?
Paul Milne: Faz uma grande diferença. Usamos a tecnologia para ajudar 206 empresas e para criar ou salvaguardar 239 empregos locais.
Automotive Insulations é uma destas empresas. Na fábrica nova, perto de Coventry, produz-se isolação acústica e térmica para os maiores construtores automóveis. A empresa colabora com o polo da Universidade de Warwick há dois anos. O que permitiu desenvolver uma nova gama de produtos com materiais inovadores.
Tecnologias facilitadoras essenciais: Informações básicas
- As tecnologias facilitadoras essenciais (KET na sigla em inglês) são um grupo de seis tecnologias: micro e nanoeletrónica, nanotecnologia, biotecnologia industrial, materiais avançados, fotónica e tecnologias de produção avançada.
- Estas tecnologias já representam 19% dos produtos fabricados no total na União Europeia. Ajudaram a criar 3,3 milhões de empregos, 11% dos empregos europeus relacionados com a indústria.
- As tecnologias facilitadoras essenciais permitiram às empresas inovar, desenvolver produtos e serviços, aplicar novos métodos de produção e, acima de tudo, ganhar competitividade.
- O Warwick Manufacturing Group (WMG) é um dos 187 centros que fornecem tecnologia de ponta e aconselhamento às Pequenas e Médias Empresas na Europa.
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Graças a instrumentos digitais a empresa fez evoluir o processo de produção.
Paul Milne adianta: “Desenvolvemos uma aplicação de telemóvel, fácil de usar, para certificar que as partes estão bem rotuladas e que há menos erros nas entregas”.
Paul Walker, diretor de operações da Automotive Insulations, explica a importância desta colaboração: “O problema das pequenas e médias empresas (PME) é que são muito pequenas para ter um departamento de pesquisa próprio, que possa analisar o que há de melhor e de mais recente no mundo. O polo da universidade abriu-nos essa porta para a tecnologia. Para nós, o seu conhecimento ajuda-nos a detetar as coisas que se podem adequar ao negócio e ajudam-nos a melhorar”.
Sai beneficiado também o mercado de trabalho.
Chinemelum Nedolisa, com um doutoramento em ciências inovadoras, é um dos quatro estagiários, altamente qualificados, enviados pelo polo da Universidade para participar no desenvolvimento da empresa. Hoje explica: “Integrei um programa de estágio de dois meses. Depois de dois meses, ofereceram-me um emprego a tempo inteiro na Automotive Insulations”.
Agora, a fábrica funciona 24 horas por dia. A empresa alargou as atividades, por exemplo, ao setor da construção e desenvolveu o negócio na Alemanha, Suécia e Índia. Paul Walker acrescenta: “O volume de negócios passou de cinco a sete milhões de euros anuais, para 25 milhões no ano passado. E vamos duplicá-lo”.
O polo da universidade de Warwick é cofinaciado por fundos europeus. Graças aos estagiários, mas também aos vários acontecimentos e trabalhos de investigação, o polo permitiu às pequenas e médias empresas aceder às tecnologias de ponta. Um fator chave, já que 20% da produção europeia se baseia atualmente nestas tecnologias.
euronews: Este é um exemplo em Inglaterra. Mas um empresário francês, português ou espanhol, pode aceder a estas tecnologias?
Paul Milne: Sim, é possível. Há 187 centros em toda a Europa que podem apoiar as Pequenas e Médias Empresas com as tecnologias facilitadoras essenciais.