O caminho do Mali rumo à estabilidade

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A ameaça jihadista afeta a confiança internacional no Mali. Como restabelecer o desenvolvimento? Foi uma das questões da cimeira África-França em Bamako.

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A ameaça dos grupos jihadistas no Mali afeta a confiança internacional neste país. Como restabelecer o caminho do desenvolvimento? Foi uma das questões centrais dacimeira África-Françarealizada em Bamako.

Por pouco, esta reunião de 35 chefes de Estado e de governo não se realizava em Bamako, a capital do Mali. A ameaça jihadista que pesa sobre o país levantou questões sobre a organização da cimeira África-França. Mas o encontro avançou, o que já foi uma vitória para o governo.

“Esta cimeira é um êxito, não há dúvidas. É muito importante para a imagem do Mali, enquanto um destino potencialmente atrativo para os investidores estrangeiros”, declara Boubou Cissé, ministro das Finanças maliano.

Des maillots floqués aux noms des présidents fhollande</a> et <a href="https://twitter.com/hashtag/IBK?src=hash">#IBK</a> leur ont été offerts à l&#39;issue du lancement du Fonds Franco-Africain <a href="https://twitter.com/hashtag/Bamako?src=hash">#Bamako</a> <a href="https://t.co/pwFJExHCez">pic.twitter.com/pwFJExHCez</a></p>&mdash; Élysée (Elysee) 15 de janeiro de 2017

Ou seja, a cimeira não juntou apenas dirigentes políticos. Vários investidores internacionais foram convidados a participar, desviando o foco dos problemas de segurança para as oportunidades que existem.

Segundo Moussa Ismaila Touré, da Agência de Promoção de Investimentos do Mali, este “é um país com muita agricultura, criação de gado, minas. São recursos que continuam a existir. O facto de termos conseguido atravessar o período de crise e continuarmos de pé dá ainda mais valor a estes recursos. É preciso, mais do que nunca, valorizá-los. As necessidades multiplicaram-se na sequência da crise”.

“A situação está a consolidar-se pouco a pouco”

Afinal, trata-se de um país que viveu um golpe de Estado em 2012 e enfrenta as atividades de grupos armados. Há pouco mais de um ano, a capital do Mali foi abalada por um atentado num hotel que fez mais de 20 mortos. As medidas de segurança têm sido reforçadas por todo o lado. Mas o que se salienta aqui é a vontade de seguir em frente.

Como proteger um território que é o dobro da França? O desafio é ainda maior na região desértica do norte. O governo maliano tem recebido apoios da comunidade internacional. Em 2013, a ONU instalou uma missão, chamada MINUSMA, para ajudar a estabilizar o país. O responsável, Mahamat Saleh Annadif, salienta que “não se pode dizer que já foi atingido um contexto de estabilidade ou que é possível garantir a segurança generalizada de bens e pessoas. É um processo demorado. Mas podemos dizer que há esperança que as coisas melhorem. A situação está a consolidar-se pouco a pouco”.

#Tessalit : #MINUSMA aide à réduire les violences communautaires à travers un projet agropastoral #Malihttps://t.co/a8qC3ukrUwpic.twitter.com/q6yyJGLEr6

— MINUSMA (@UN_MINUSMA) 16 de janeiro de 2017

Em junho de 2015, o governo e vários grupos armados assinaram um acordo de paz. Está prevista uma conferência em março para aplicar o estipulado no compromisso. Os habitantes do norte do Mali aguardam por dias melhores. Para a presidente da Câmara da localidade de Goundam, Oumou Sall Seck, “o processo de reconstrução tem sido tímido. Nas zonas onde estão as forças armadas e as Nações Unidas sente-se alguma estabilidade. É possível começar a reconstruir, por isso a esperança voltou”.

Para alimentar essa esperança, é necessária uma estratégia de desenvolvimento e dar perspetivas à população, seja investindo nas escolas, na formação ou na saúde. “Mesmo com as intervenções militares, não podemos garantir a segurança se não houver ações de desenvolvimento concretas. Os organismos de desenvolvimento foram afetados pelos problemas de segurança. Aliás, ainda o são. Mas agora a comunidade financeira internacional está claramente a voltar ao Mali”, aponta Rémy Rioux, responsável da Agência Francesa de Desenvolvimento.

Soumeylou Boubèye Maïga, ministro-secretário geral, sintetiza um estado de espírito coletivo: “O mais importante é que as pessoas renunciem à violência e que possamos reencontrar uma coesão, um sentido comum, um objetivo comum para o qual avancemos em conjunto”.

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