Os novos desafios angolanos

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Último episódio da nossa série Focus Angola.

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Último episódio da nossa série Focus Angola. O país enfrenta um novo desafio: diversificar a sua economia, pôr de lado a dependência do petróleo e desenvolver áreas como a agricultura ou o turismo. Isso requer, também, um esforço na melhoria das infraestruturas, na modernização do setor da energia, e, claro, tornar-se mais atrativo aos para os investidores privados.

“De acordo com o Relatório Económico Mundial, Angola é um país onde o retorno do investimento é um dos mais elevados do mundo. Segundo todos os peritos que conhecemos aqui, este é o momento para se posicionar neste mercado que está a ser restruturado e que deve duplicar até 2045”, relata o enviado da euronews a Angola Serge Rombi.

A angolana Elizabete Dias Dos Santos é uma investidora importante no seu país. No ano passado lançou mais uma fábrica, da Solmar, na área do processamento de peixe. Um investimento de 25 milhões de dólares. Trabalham aqui 120 pessoas, metade homens a outra mulheres. Uma unidade, que em termos tecnológicos, é pioneira no país:

“É importante o empresário nacional olhar para outros setores, não petrolífero. Angola tem grandes riquezas que têm de ser aproveitadas e só como indústrias como a nossa, com responsabilidade, cuidado, transparência e muita tecnologia, é que vamos fazer o processo de diversificação económica e, naturalmente, afirmarmo-nos quem sabe, internacionalmente”, refere a presidente da empresa.

Para além dos empregos diretos criados, há muitos indiretos. Que permitem ajudar a dinamizar o setor da pesca tradicional, que emprega mais de 50.000 pessoas no país:

“A pesca artesanal em Angola é uma realidade, à qual não podemos deixar de prestar a devida atenção. Relativamente à empresa temos 40 por cento da quota reservada aos pequenos pescadores, ou seja à pesca artesanal”, adianta a empresária.

A norte da capital angolana, Luanda, fica situada uma fábrica de produção de aço, desde há dois anos. Um investimento de 350 milhões de dólares. No país não há nada que se lhe compare. Até aqui Angola não tinha uma tradição neste setor. Na unidade podem ser recicladas toneladas de aço e produzir barras de ferro para betão, particularmente úteis no desenvolvimento do país:

“O aço é um produto essencial para o desenvolvimento, independentemente, do país. É usado na construção civil, em estradas, em grandes barragens, em todo o lado”, diz Luís Silva, responsável pela qualidade na Aceria Angola.

A capacidade de produção é de 500 mil toneladas por ano, quase o dobro da procura em Angola.
O objetivo é começar a exportar o produto. Uma pequena revolução num país que importa quase tudo:

“Utilizamos os recursos africanos para desenvolvê-los e exportá-los. Não extraímos os recursos, as matérias-primas, e enviamo-las para o estrangeiro e compramos bens manufaturados. Isso é um disparate”, afirma Georges Fayez Choucair, Presidente da Aceria.

Esta fábrica emprega e formou 550 pessoas e trouxe a água canalizada e a eletricidade à região. Foi necessário construir uma linha de alta tensão e de transporte de água para fazer funcionar as máquinas:

“O desemprego era de cerca de 70 por cento há cinco anos e hoje está a cerca de 20 por cento. Não é tudo emprego direto, mas há pessoas têm empregos indiretos ligados à área”, adianta Luís Silva.

“Não podemos investir num novo país, numa população que desconhecemos, chegar implantarmo-nos… “Eu sou rico”, etc. Não, Hoje é preciso fazer com que a população adira. O projeto não é individual é conjunto”, refere Choucair.

Angola atrai novos investidores privados. Várias reformas foram realizadas para melhorar o clima de negócios e impulsionar o investimento interno mas também estrangeiro:

“Temos uma economia virgem. A globalização impõe-nos esta relação, esta modificação, esta parceria estratégica. Se nós não tivermos essa visão dificilmente vamos tornar-nos numa economia pungente. Este é o risco que nós corremos, ou nos abrimos ou fechamos e morremos”, afirmou Elizabete Dias dos Santos.

Antes de investir em Angola é, obviamente, necessário um bom conhecimento do país e, uma das chaves, é fazer parcerias com empresários já estabelecidos:

“Hoje, há empresários estrangeiros e nacionais que se mostram disponíveis, capazes de ajudar a desenvolver um novo mercado e ajudar a assumir um lugar nos mercados regionais. Angola pode ser nos próximos anos, para o mercado da região”, explica Choucair.

Outro dos trunfos que Angola pretende explorar, para atrair investidores, é a sua posição geoestratégica, que é muito interessante.

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