Drone revolucionário espanhol vence prémio europeu

Drone revolucionário espanhol vence prémio europeu
De  Euronews  com denis loctier

Projeto português Bitalino, baseado numa placa de sensores biomédicos de baixo custo, também saiu de Budapeste com um prémio internacional

Um drone está a dar que falar pela Europa, em especial depois de ter ganho este ano o prémio “Innovation Radar Prize” (“Radar de Inovação”) atribuído pela Comissão Europeia. Um projeto português foi também distinguido na categoria “Tecnologia Industrial e Capacitadora.”

Primeiro, o drone. Com um braço telescópio sensível este aparelho voador não tripulado é único. Desenvolvido pelo Centro Avançado de Tecnologia Aeroespacial (CATEC), de Sevilha, Espanha, pode levantar instrumentos e pressioná-los contra estruturas da forma mais correta para verificar a respetiva integridade

“Através de instrumentos ultrassónicos podemos medir a espessura de tubos. Podemos detetar também diversos tipos de defeitos ou corrosão. Os sensores precisam de permanecer em contacto com o tubo para nos dar este tipo de informação”, explica Miguel Ángel Trujillo, engenheiro da CATEC.

A tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto europeu AEROARMS e destina-se ao mercado comercial.

Até agora, diversas condutas em instalações industriais, em particular no setor do petróleo e do gás, têm sido inspecionadas manualmente, num trabalho lento, dispendioso e perigoso. O projeto da CATEC pretende revolucionar este processo.

“Este drone vai permitir realizar estas tarefas a um custo mais baixo, poupando a uma comum refinaria cerca de 700 mil euros por ano. As inspeções vão fazer-se 10 vezes mais rápido e sem os acidentes de trabalho relacionados com a altura a que são feitos”, garante Aníbal Ollero, coordenador de projeto da AEROARMS, consultor da CATEC e professor de robótica na Universidade de Sevilha.

O drone espanhol foi o vencedor de entre os 20 finalistas deste ano ao Prémio Radar de Inovação, uma distinção dada pela Comissão europeia a projetos com alto potencial comercial.

Entre o júri, esteve Teresa Cunha. “Eles foram convincentes. Não nos focámos no drone. Focámo-nos, sim, no facto de que eles estavam a responder a uma necessidade do mercado. Demonstraram a capacidade de haver poupança de dinheiro e vidas, tornando a tarefa inclusivamente mais rápida. Foi por isso que acabámos por escolher este projeto”, explicou a consultora portuguesa.

O prémio dá ainda maior realce a esta tecnologia. Após a concretização da pesquisa, os responsáveis pretendem agora atrair o investimento privado para tornar o protótipo deste drone num produto comercial.

“O mercado é muito grande. Só na Europa está avaliado em 600 milhões de euros anuais e a média de acidentes registados é de cinco mil”, refere Aníbal Ollero, numa tentativa de promover o projeto espanhol sublinhando os perigos da atual realidade na limpeza industrial.

Este ano, foi em Budapeste que os finalistas apresentaram os respetivos projetos.

Entre eles, esteve também o Bitalino, da “start up” portuguesa Plux, vencedor na categoria “tecnologia industrial e capacitadora”, com uma placa de sensores biomédicos de baixo custo.

O Bitalino foi pensado para um setor limitado na biomédica, mas alastrou-se, já tem sete variações, foi utilizado inclusive coko controloador de um humanoíde e acabou premiado pela Comissão Europeia pela contribuição significativa para o desenvolvimento de outros importantes projetos.

“É muito importante que os contribuintes percebam que o seu dinheiro está a ser utilizado de uma forma produtiva, que está a financiar a inovação e a criação de novos produtos. Uma coisa é ter uma ideia brilhante no laboratório. Outra, é concretizar essa ideia em algo comercializável. É esta combinação que procuramos com a atribuição deste prémio”, explicou Linda Corugedo Steneberg, a diretora da Rede de Comunicação, Conteúdos e Tecnologia da Comissão Europeia.

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