O futuro da tecnologia está debaixo de terra

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A União Europeia quer garantir uma exploração das terras raras mais sustentável do ponto de vista económico e ambiental. No subsolo estão minerais cruciais para a produção de telemóveis, baterias e muitos outros produtos que podem vir a reduzir a dependência da China.

Os metais de terras raras estão a transformar o mundo e a União Europeia (UE) quer assegurar uma exploração mais sustentável desses recursos, que são finitos e cruciais para a alta tecnologia e a revolução das energias renováveis.

Hoje em dia, essas matérias-primas são ingredientes-chave para ímanes, motores e baterias e usados em setores em alto crescimento, como o da produção de carros eléctricos e de turbinas eólicas.

Os elementos de terras raras são essenciais para a produção de quase todos os produtos industriais da nossa sociedade. Desde telemóveis, a painéis solares, ou turbinas eólicas. Se quisermos preservar a qualidade da nossa vida e ter uma transição suave para a economia verde, é importante assegurar o fornecimento destes materiais
Ioannis Paspaliaris
Professor, Universidade Técnica de Atenas

À procura de minérios

A Seismotech, uma PME grega especializada em serviços de exploração, ajuda as empresas mineiras as matérias-primas, através de uma prospeção sem perfura4ão do terreno, e assim reduzindo os danos ambientias.

"A tecnologia que aplicamos é sísmica passiva, baseada no registo e análise de sinais sísmicos naturais, tais como terramotos ou ruído sísmico abafado. Nesse sentido, permite o mapeamento dos recursos minerais de uma forma totalmente amiga do ambiente", explica o presidente da empresa, Nikos Martakis.

A Seismotech é membro da Smart Exploration, um projeto financiado pela União Europeia que visa desenvolver soluções mais rentáveis e sustentáveis para a indústria mineira.

Nikos Martakis diz que "o Smart Exploration deu a oportunidade" de se centrarem "na investigação e inovação". Neste contexto, afirma, "transferimos os nossos conhecimentos na área do petróleo e do gás para a indústria de exploração mineira. Além disso, tivemos a oportunidade de colaborar, trocar ideias e conhecimentos com o meio académico e a indústria em toda a Europa".

UE procura cortar dependência externa

O apoio a empresas como a Seismotech enquadra-se numa estratégia europeia mais vasta.

Há 30 elementos cruciais para o desenvolvimento da economia da Europa. Por exemplo, estima-se que a União Europeia vá precisar de 18 vezes mais lítio, até 2030, para baterias e armazenamento de energia.

O problema para a Europa é que muitos destes minerais são encontrados noutros países, nomeadamente na China. Mas um novo plano de ação europeu está a procurar reduzir essa dependência através da diversificação da oferta, reforçndo, ao mesmo tempo, o abastecimento doméstico, o processamento e a reciclagem.

"As terras raras são importadas sobretudo da China e por isso temos de encontrar uma estratégia para cortar a dependência deste país. Por essa razão, a União Europeia desenvolveu uma estratégia, que inclui duas etapas. A primeira etapa é explorar os nossos próprios recursos internos e a segunda é diversificar as nossas fontes de fornecimento desses materiais", revela Ioannis Paspaliaris, professor da Universidade Técnica de Atenas.

Para dar nova vida ao setor metalúrgico e mineiro europeu e aproximar os que trabalham na indústria, a União Europeia criou também um organismo chamado Aliança Europeia das Matérias-Primas.

Informações-chave:

  • Garantir um fornecimento sustentável de matérias-primas é crucial para a indústria e a economia da União Europeia em geral. O financiamento da UE para projetos inovadores no setor das matérias-primas está disponível ao abrigo do programa Horizon 2020.
  • Em setembro de 2020, a Comissão Europeia apresentou um Plano de Ação sobre Matérias-Primas Cruciais e a Lista de Matérias-Primas Críticas 2020.
  • A Comissão também lançou a Aliança Europeia das Matérias-Primas para reunir as partes interessadas relevantes. A aliança irá concentrar-se nas necessidades mais prementes que a Europa enfrenta, nomeadamente para aumentar a resiliência da UE nas cadeias de valor das terras raras e dos ímanes que são vitais para os ecossistemas industriais da Europa.
  • As medidas visam promover a transição da UE para uma economia verde e digital e aumentar a resiliência da Europa em tecnologias essenciais para essa transição.

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