Acesso a vacinas no centro da discórdia entre líderes africanos e europeus

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Para chegar aos 70% de pessoas vacinadas em África até ao final do ano, o ritmo da vacinação tem de ser seis vezes superior ao atual.

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A cimeira entre a União Europeia e a União Africana fica marcada por dois dias de debates intensos que reforçaram a parceria entre as duas organizações em várias áreas. Mas, existem grandes diferenças na abordagem de uma das questões mais prementes a nível mundial.

Com apenas 11% da população totalmente vacinada contra a Covid-19, África regista um atraso na luta contra a pandemia.

Discórdia sobre o acesso às vacinas em África

Os líderes africanos acusam os europeus de acumular doses de vacinas. Outro ponto de discórdia: a recusa europeia em renunciar aos direitos de propriedade intelectual de vacinas e medicamentos.

“Estamos a falar da vida de milhões, centenas de milhões de pessoas, e não da rentabilidade de algumas empresas. Não é aceitável que África esteja sempre no fim da fila, em relação ao acesso aos medicamentos", afirmou Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul.

O reforço dos sistemas de saúde em África

Para a República Democrática do Congo, o reforço dos sistemas de saúde locais é a grande prioridade.

"A pandemia exige solidariedade internacional, o que implica assistência, colaboração nas áreas dos testes e da medicação e especialmente na produção de vacinas", considerou Christophe Lutundula, ministro dos Negócios Estrangeiros da República Democrática do Congo.

Apesar dos investimentos europeus em África para lutar contra a Covid-19, alguns analistas afirmam que a pandemia revelou as assimetrias entre os dois continentes.

"No início, tivemos a impressão de que a comissão estava muito interessada em falar com África. Mas depois com a pandemia, a nossa visão de que havia uma parceria entre iguais foi posta em causa", disse à euronews Frank Mattheis, investigador da Universidade das Nações Unidas.

Doenças globais exigem respostas globais

As organizações da sociedade civil apelam agora para a criação de uma parceria urgente entre a África e a Europa, ao nível da saúde.

"É preciso apoiar o sistema de saúde africano para evitar que este tipo de pandemia se agrave no resto do mundo. Essa parceria é necessária porque quando há uma doença num sítio, essa doença pode chegar a qualquer parte do mundo", afirmou Edwin Ikuhoria, director executivo de África ONE.

Para chegar aos 70% de pessoas vacinadas contra a Covid-19, em África até ao final do ano, o ritmo da vacinação tem de ser seis vezes superior ao atual.

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