World Travel Market: em busca de um novo modelo para o turismo

World Travel Market: em busca de um novo modelo para o turismo
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De  Damon Embling  & euronews

Numa altura em que o setor atravessa um período de mudança, os participantes do World Travel Market debateram e discutiram as novas tendências de consumo.

O World Travel Market, em Londres, reuniu milhares de representantes da indústria global das viagens. 

Numa altura em que o setor atravessa um período de mudança, os participantes debateram e discutiram as novas tendências de consumo.

Tóquio volta a abrir portas aos turistas

O gabinete de turismo de Tóquio marcou presença no evento para anunciar que a cidade está de novo aberta ao turismo, depois das restrições associadas à pandemia de Covid-19, que estiveram em vigor nos últimos anos.

Com a abertura das fronteiras, os visitantes já começaram a regressar ao Japão. Uma das estratégias para atrair turistas é promover os lados menos conhecidos de Tóquio.

"A maioria das pessoas pensa que Tóquio é uma cidade grande, uma zona urbana. Temos de mostrar o outro lado de Tóquio. As pessoas podem apreciar a cidade, mas também apreciar outras zonas menos conhecidas", afirmou Masashi Imai, diretor de marketing, do Gabinete de Turismo da cidade.

A sustentabilidade do turismo

Um dos temas em debate foi a sustentabilidade do turismo. Face à crise, muitos defendem que é preciso unir a indústria e pôr fim à rivalidade.

"O sol, o mar e a areia foram complementados com três outros motes: serenidade, espiritualidade e sustentabilidade. Em geral, há um determinado número de turistas. Se continuarmos a competir com Banguecoque, Kuala Lumpur e Singapura, ninguém vai ganhar. Temos de colaborar, pensar no Sudeste Asiático como um destino único. Acreditamos que com uma abordagem adequada em relação a um tipo de turismo personalizado e localizado, de menor dimensão, seremos capazes de oferecer melhores experiências e memórias", afirmou Sandiaga Salahuddin Uno, ministro do Turismo da Indonésia.

Uma nova geração que compra "experiências"

" Os Millennials estão a tornar-se progressivamente na geração que possui orçamentos maiores, e essa geração compra experiências, não compra apenas destinos. Por isso penso que determinados destinos vão continuar a atrair as pessoas mas vão propor outro tipo de coisas”, sublinhou Juliette Losardo, diretora de exposições do WTM.

As novas tecnologias e a recolha de dados dos consumidores ajudam a indústria das viagens a personalizar experiências, para atrair os mais jovens. As Filipinas propõem experiências na área do mergulho, com uma dimensão ecológica e educativa.

"Não é apenas o mergulho, dois dias de mergulho, duas ou três noites de mergulho nocturno, queríamos fazer uma operação de limpeza com mergulhadores. As pessoas podem ajudar a limpar as nossas águas. Podemos fazer sessões fotográficas debaixo de água para publicar no Instagram. E gostaríamos também de contar a história da vida marinha", contou Margarita Montemayor Nograles, responsável do Gabinete de Turismo das Filipinas.

A importância dos nichos de mercado

A Arábia Saudita quer atrair turistas e aposta na Internet para captar nichos de mercado.

"Se você e eu somos fãs do K-Pop, quer estejamos em Riade ou em Paris, fazemos parte da mesma comunidade. Por isso, as pessoas que apreciam a gastronomia ou fazer compras fazem parte de comunidades digitais. A ideia é compreender esses fenómenos e essas comunidades. Penso que é a forma como devemos abordar o turismo no futuro. São viagens movidas pela paixão", frisou Fahd Hamidaddin, presidente da Autoridade Saudita de Turismo.

Em 2023, Malta acolhe o EuroPride, pela primeira vez e espera tirar partido do evento a nível turístico.

"Malta tem sido classificada como um destino LGBTIQ de topo nos últimos sete anos. É uma prova do trabalho árduo que tem sido feito na área dos direitos civis. As nossas projeções iniciais indicam que haverá mais de 25 mil visitantes apenas para o EuroPride, no próximo ano. Tendo em conta que Malta é uma ilha tão pequena, significa que vamos receber muita gente", considerou Clayton Bartolo, ministro do Turismo, de Malta.

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