Para que servem as normas europeias de segurança dos produtos ?

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Heróinas discretas da vida quotidiana, as normas sustentam a segurança de quase todos os produtos que compramos e usamos, dos alimentos aos brinquedos.

Heróinas discretas da vida quotidiana, as normas sustentam a segurança de quase todos os produtos que compramos e usamos, dos alimentos, aos brinquedos.

Na fábrica da Lego, na Dinamarca, as propriedades físicas das peças são testadas regularmente.

"Aqui é onde fazemos todos os nossos testes internos para garantir a segurança mecânica e física dos vários elementos. Como os produtos da Duplo se destinam a crianças com menos de 3 anos, não devem conter peças pequenas, devido ao risco de asfixia. Na linha de montagem, onde a figura é montada, a máquina exerce pressão sobre a cabeça da figura, com uma força superior aos requisitos legais", explicou à euronews Christian Wetterberg, responsável de segurança e conformidade do produto do grupo Lego.

A segurança dos brinquedos ligados à Internet

Os brinquedos ligados à Internet suscitam críticas. Por exemplo, ligações Bluetooth inseguras já levaram a que conversas de crianças fossem gravadas.  A Lego garante que possui procedimentos de segurança para evitar esse tipo de risco.

"Nos últimos anos, desenvolvemos e criámos brinquedos que estão ligados uns aos outros, por isso estabelecemos um conjunto de processos de segurança e conformidade", disse à euronews Tim Taylor-Bowden, responsável tecnológico da empresa.

"A prioridade da Lego é a segurança das crianças e a privacidade, por isso, estabelecemos muitas práticas que tornam os nossos produtos seguros, antes mesmo de entender e implementar a legislação em vigor. Por exemplo, os nossos brinquedos ligados à Internet não recolhem quaisquer dados dos utilizadores. Concebemos o brinquedo de modo a restringir o número de dados que são processados e a forma como esses dados são processados. Por exemplo, no Lego do Super Mario só é possível colocar os ficheiros criados por nós, que permitem gerar as expressões e a voz do Mario e os efeitos sonoros do jogo", acrescentou o responsável.

Uma nova lei sobre  ciber-resiliência

Em termos simples, as normas descrevem, tecnicamente, as regras de construção e funcionamento de um objeto. A marcação CE significa que um produto cumpre a legislação da União Europeia e que pode ser vendido no mercado único. 

A Comissão Europeia está a elaborar uma lei sobre ciber-resiliência. O objetivo da iniciativa é criar um conjunto de normas que respondam aos desafios de um mundo cada vez mais digital.

"As normas são uma fonte de tecnologia para as empresas. Coisas como a ciber-segurança, os dados, a computação em nuvem, e a Inteligência Artificial baseiam-se, frequentemente, na existência de normas. Por exemplo, a gestão da ciber-segurança é algo muito complexo. O que fazer para minimizar o risco de um ataque cibernético? Existem normas internacionais sobre ciber-segurança que prescrevem passos concretos", explicou Sebastiano Toffaletti, secretário-geral da European Digital SME Alliance.

As normas podem também favorecer a inovação, o que significa que as empresas não precisam de reinventar a roda. "A beleza das normas é que elas fornecem uma camada neutra de tecnologia. Todos os outros podem construir algo a partir dessa base. É uma forma de partilhar conhecimentos e tecnologia. As pessoas que que usam essas normas podem inovar e criar coisas novas", sublinhou o responsável.

Como evitar comprar produtos falsificados?

Mas, mesmo quando há normas exigentes, pode haver produtos falsificados. "O nosso sistema baseia-se na declaração de conformidade por parte do fabricante e, em seguida, há uma fiscalização do mercado. Mas como é que o consumidor pode ter garantias? Penso que é preciso estar atento ao local onde compra os produtos, evitar sites desconhecidos a partir dos quais se importam brinquedos a um custo muito baixo", frisou Christian Wetterberg, responsável de segurança e conformidade do produto do grupo Lego.

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