Foi com a margem mínima de um voto que o governo de José Luiz Rodriguez Zapatero viu passar, no parlamento, o seu plano de austeridade.
O decreto-lei obteve 169 votos a favor, 168 contra e 13 abstenções e recebeu muitas críticas. Zapatero foi obrigado a longas conversações com os restantes partidos:
“É um texto difícil, como toda a gente pode compreender, e continuaremos a trabalhar para que as novas iniciativas e reformas possam ter mais consenso parlamentar. Agradeço aos grupos que tiveram a responsabilidade de facilitar a aprovação do decreto-lei”, afirmou o primeiro-ministro.
Não convencidos com os argumentos do governo, os deputados do maior partido da oposição votaram contra. Mariano Rajoy, lider do Partido Popular justifica assim o voto:
“Votámos contra por considerarmos o plano improvisado, insuficiente e injusto”.
O texto foi salvo pela abstenção dos nacionalistas catalães do centro-direita e pelo voto favorável da Coligação Canária, que o considera o mal menor.
“Reconhecemos que este decreto e as suas medidas não são boas, mas não aprová-lo, num momento destes, seria o pior para o país e para os cidadãos”, explicou a deputada Ana Oramas.
O preço a pagar pelos espanhóis pela redução do défice é bastante elevado: 15 mil milhões de euros que significam cortes e congelamento de salários na função pública, o fim de alguns benefícios sociais e reduções consideráveis no investimento público.