"Orfeu e Eurídice" no Festival de Salzburgo

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De  Euronews
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O Festival de Salzburgo, na Áustria, completou 90 anos em 2010, mas continua a atrair multidões.

“Orfeu e Eurídice” , do compositor alemão Christopher Willibald Gluck, é uma das óperas em palco este ano, até ao final do certame, a 30 de Agosto.

A conduzir a Orquestra Filarmónica de Viena está a batuta do maestro italiano Riccardo Muti.

A poucas horas da estreia, no passado dia 31 de Julho, o músico justificou o seu relacionamento de décadas com a cidade de Mozart e a Orquestra: “A Orquestra Filarmónica de Viena é fantástica. Tentámos recriar o som “Gluckiano”, por assim dizer. Para mim Salzburgo representa a minha relação com a orquestra. Trabalho com eles há 40 anos – em Salzburgo, em Viena, em tournée, no estúdio, a gravar discos. Por isso, para mim Salzburgo é a Orquestra de Viena”, disse Muti.

O maestro acrescenta que acompanhou várias gerações de músicos na Orquestra Filarmónica de Viena: “Apercebi-me como cada novo elemento tenta, através dos colegas mais experientes, preservar aquele som único, que é um autêntico tesouro – num mundo globalizado, onde muitas orquestras, senão todas, virtualmente, são iguais umas às outras para obedecer a um som estandardizado. A Orquestra Filarmónica de Viena continua a ser fiel à tradição”.

Elisabeth Kulman, a mezzo-soprano e contralto austríaca, dá vida a Orfeu. Com um repertório vasto, coloca a paixão pela música acima de tudo, apesar dos sacrifícios exigidos. E o que pensa Elisabeth do maestro Muti?

“É fantástico. Sempre me disse: tu não precisas de cantar, só tens de cuidar da tua voz. Uma vez, num ensaio, quando estava realmente cansada, ele cantou por mim! Foi muito simpático. Normalmente, quando estamos com a orquestra temos de cantar, mas ele não me forçou, disse-me: não, eu canto, tu precisas de relaxar. Que gentil! Preocupa-se muito com os cantores, como eu nunca vi. Trabalhámos muito … Gosto muito dele!”, confessa Kulman.

Fantástico para uns, para outros o maestro italiano é também muito disciplinado, por vezes chega mesmo a tocar o despotismo. Muti discorda e explica: “A minha atitude para com a música é ética e inflexível. Não cedo nem admito que a música esteja em risco. Aqueles que não querem, ou não conseguem estar à altura, ou até mesmo aqueles que são preguiçosos e preferem trabalhar com rotinas, podem-me achar um ditador. Mas os meus relacionamentos com os grandes solistas ou com os grandes cantores no passado foram sempre maravilhosos e construtivos.”

Para este espectáculo, Riccardo Muti ensaiou mais de um mês, num trabalho meticuloso entre a orquestra e os músicos. O maestro entrega-se de alma e coração ao trabalho.

Até ao final do mês ainda é possível ver “Orfeu e Eurídice”, nos próximos dias 13, 19, 21 e 24 de Agosto.

Durante o festival, o público poderá assistir a concertos, peças de teatro e óperas, sendo que uma boa parte dos espectáculos do programa estão já esgotados há alguns meses.

O Festival de Salzburgo teve 254 mil espectadores no ano passado. O certame termina a 30 de Agosto.

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