Bloqueio a Gaza: Os dois lados da questão

Bloqueio a Gaza: Os dois lados da questão
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Israel mantém-se firme na sua declaração de que não permitirá qualquer violação do bloqueio naval a Gaza, “nem mesmo simbólica”. A euronews esteve na

PUBLICIDADE

Israel mantém-se firme na sua declaração de que não permitirá qualquer violação do bloqueio naval a Gaza, “nem mesmo simbólica”.

A euronews esteve na Cidade Antiga de Jerusalém e ouviu o que têm as pessoas a dizer sobre a questão. Deve o governo de Israel permitir a entrada, em Gaza, desta “frota humanitária”?

“Falámos com israelitas e palestinianos. Os palestinianos falam da falta de humanidade do governo de Benjamin Netanyahu, por não permitir que a frota entre na Faixa. Os israelitas dizem que fazê-lo é o mesmo que ajudar, diretamente, o Hamas”, adianta o enviado da euronews, Luis Carballo.

“O governo israelita dá permissão a qualquer pessoa para enviar ajuda humanitária a Gaza e quem garante que se trata de ajuda? Como sabemos que não são armas? Era suposto, a frota anterior também trazer ajuda humanitária e encontrámos armas e todo o tipo de coisas para atacar os soldados. É claro que temos de ter cuidado e tentar controlar a situação”, explica um israelita.

As repercussões da guerra, para o povo palestiniano ou israelita, não divergem muito, o que difere é de que lado se está:

“Israel assinou muitos acordos, há mais de 20, 40 anos, antes do governo de Netanyahu, antes mesmo de Menachem Begin e Yitzhak Rabin. Eles não se importam com nada”, desabafa um palestiniano.

Hannen Zoabi é membro da “Lista Conjunta” no parlamento israelita, que reúne quatro formações israelo-árabes diferentes, Basel Ghattas, presente na frota, é também membro desta coligação.

Em 2014 Hannen Zoabi foi suspensa, do parlamento, durante 6 meses e, em 2010, ela partiu na primeira frota. Estava no Mavi Marmara na noite em que nove ativistas turcos foram mortos num ataque israelita.

Luis Carballo, euronews:

A participação de Basel Ghattas na frota criou uma grande polémica no Parlamento israelita, com duras críticas do Primeiro-ministro, dirigidas, principalmente, a si. Compreende essa polémica? Defende que Basel Ghattas tinha o direito de participar nessa frota?

Haneen Zoabi:

A nossa participação na “Frota da Liberdade” ou em qualquer ação política, para romper o cerco a Gaza, é um gesto humanitário, moral e político, ao mais alto nível. O problema não é Basel Ghattas ou qualquer luta palestiniana contra o bloqueio, o problema é que a política de Israel não permite qualquer sinal de revolta para romper o bloqueio.

Euronews:

O bloqueio de Israel a Gaza dura há 8 anos. É altura de acabar com isso?

Haneen Zoabi:

Claro que sim, estamos a falar de violações dos Direitos Humanos, estamos a falar de crimes de guerra, crimes contra a humanidade. A percentagem de pobreza em Gaza é de 40 por cento, a taxa de desemprego é de 60, e apenas 15 por cento dos bens chega a Gaza, em comparação com os que costumavam entrar antes do bloqueio. Eles têm quase 2 milhões de palestinianos encurralados em Gaza, tiraram-lhes a liberdade e privaram-nos das suas necessidades básicas.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Netanyahu disse a Blinken que não vai aceitar o fim da guerra em Gaza

Israel tenta impedir Tribunal Penal Internacional de emitir mandado em nome de Benjamin Netanyahu

Israel avisa Hamas que tem uma última oportunidade para negociar antes da invasão terrestre a Rafah