Migrações: Agentes europeus chegam à Grécia na próxima semana

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Confrontada com a pressão gerada pela crise migratória, a Grécia aceitou a ajuda da União Europeia. Milhares de migrantes continuam bloqueados no

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Confrontada com a pressão gerada pela crise migratória, a Grécia aceitou a ajuda da União Europeia. Milhares de migrantes continuam bloqueados no norte do país. Tentam cruzar a fronteira com a Macedónia, mas sem sucesso, porque apenas está autorizada a entrada de cidadãos da Síria, Afeganistão e Iraque.

Na próxima semana a Agência Europeia do Controlo de Fronteiras, Frontex, enviará equipas de intervenção rápida para ajudar as autoridades gregas nos trabalhos de registo das multidões que chegam ao território.

Vários Estados-membros não esconderam a preocupação com a forma como a Grécia protege as fronteiras perante o afluxo continuo de refugiados. Entre relatos de uma ameaça de expulsão da Grécia do Espaço Schengen, este pedido de ajuda é visto com bons olhos.

A Grécia rejeita ter desdenhado da assistência europeia e o executivo helénico sublinha que a Frontex apenas auxiliará no registo de migrantes em vez da realização de patrulhas conjuntas das fronteiras.

Em Bruxelas, nos últimos dias, os cenários e os relatos acerca do futuro do Espaço Schengen e da liberdade de circulação atingiram um ponto alto. O que grande parte dos Estados-membros enfatiza são as questões de segurança depois dos ataques em Paris, mas também os problemas da Grécia na defesa das fronteiras externas da União Europeia.

O ministro grego para a política de migração, Ioannis Mouzalas, clarificou, em entrevista à Euronews, estas e outras matérias.

Efi Koutsokosta, euronews – Um documento interno da União Europeia colocou em dúvida o Espaço Schengen, falando sobre a extensão do controlo de fronteiras externas durante dois anos por causa dos problemas de alguns Estados-membros em proteger as fronteiras externas. Como é interpreta isto?

Ioannis Mouzalas, ministro grego para a política de migração – Qual é o problema da Grécia para proteger as fronteiras externas da União Europeia? É a questão que perguntamos repetidas vezes. Protegemos perfeitamente as nossas fronteiras terrestres com a Turquia, a norte. Em relação às fronteiras marítimas não existe outra forma de assegurá-las a não ser resgatando e salvando pessoas que se encontram no mar. É verdade o que se refere acerca deste documento sobre Schengen. Consideramos que é algo irreal e que a divulgação do conteúdo do documento foi um erro trágico.

euronews – A União Europeia diz que a Grécia não aceita a ajuda para a gestão do controlo das fronteiras, quer dizer, da Frontex e de outras agências comunitárias.

IM – Dizem-nos que não pedimos Proteção Civil, mas pedimos.

euronews – Porquê agora?

IM – Porque deveríamos estar numa posição de saber o que vamos pedir exatamente e de saber que temos o mecanismo para poder beneficiar. Agora temos um plano estratégico para os chamados “hotspots”, os centros de registo. Estamos em posição de conhecer suficientemente as nossas necessidades e temos o mecanismo para apoiar. Cabe agora à Europa provar que tal ação da nossa parte tem um significado, ou seja, que temos de ver o que vamos obter daquilo que pedimos.

euronews – Como comenta as declarações recentes do presidente do Conselho Europeu, que referiu que os migrantes deveriam ser controlados por um período de 18 meses até serem completamente identificados? A Grécia está disposta a fazer alguma coisa desse tipo?

IM – Vou responder sem saber sequer quem fez a proposta. Não é uma proposta da União Europeia, não é uma posição da União Europeia. É contrária à Convenção de Genebra, às Nações Unidas e também à lei da UE e à nossa legislação nacional. Se alguma coisa desse tipo acontecer amanhã, julgo que será um retrocesso, um desvio da Europa da Iluminação, como gosto de chamar, para outra Europa.

euronews – Está em condições de assegurar que os migrantes estão a ser registados para poderem rumar de forma segura para o resto da Europa?

IM – Dizer sim em relação a todos, e qualquer país diria algo do género, seria uma mentira. Principalmente quando temos entre quatro a dez mil migrantes e refugiados diariamente. 75% são refugiados. Dois dos oito indivíduos que cometeram o ataque terrorista em França chegaram à Europa através da vaga de refugiados e foram registados na Grécia de acordo com os Tratados da União Europeia. Os outros seis eram franceses e belgas. Relacionar os dois terroristas com a vaga de refugiados é tão perigoso e errado como relacionar franceses e belgas com terrorismo.

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