Negociações de paz para a Síria: Combates e Assad dividem posições em Genebra

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De  Francisco Marques com reuters
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O reatar das negociações de paz para a Síria, suspensas segunda-feira em Genebra pela delegação da oposição ao regime, está dependente do respeito

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O reatar das negociações de paz para a Síria, suspensas segunda-feira em Genebra pela delegação da oposição ao regime, está dependente do respeito das forças governamentais fiéis a Bashar al-Assad pelo acordo de cessação das hostilidades no país. O próprio enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, admite “preocupação” pelos “combates a acontecer em algumas áreas” do país, “nomeadamente em Aleppo.”

A suspensão “sine data” das negociações foi avançada esta terça-feira pela delegação da oposição síria presente em Genebra, na Suíça, onde o processo transição política na Síria deveria estar a ser negociado esta semana. “Não há data (para retomar as conversações). A data é… a implementação no terreno do acordado assim como a correção do caminho das negociações. Enquanto isto não acontecer, o período de suspensão (das negociações) mantém-se aberto”, afirmou George Sabra, da oposição síria, à Orient TV, garantindo ter “reclamações sérias” face aos Estados Unidos pela insistência no continuar das conversações “sem que nada seja concretizado.”

EYEWITNESS VIDEO: Life under siege & barrel bombs – Daraya, Syria's devastating reality https://t.co/4GE7DLXfFUpic.twitter.com/IFMnBRovRw

— AmnestyInternational (@AmnestyOnline) 19 de abril de 2016

À euronews, em Genebra, outro membro da delegação da oposição síria, Ahmed Kamel, apontou o dedo ao regime de Bashar al-Assad e sublinhou que agora a prioridade já “não é negociar, mas sim conseguir os objetivos”. “De início, estávamos muito satisfeitos com o fim das hostilidades, mas estas tréguas tornaram-se muito frágeis porque foram cometidas violações pelo regime. Violações que levaram ao colapso do acordo de cessar as hostilidades”, acusou Ahmed Kamel, acrescentando: “O regime não só quer ganhar tempo como também quer dar uma nova definição e princípios à transição política que ninguém pode aceitar.”

A delegação do regime, por seu lado, insiste que a posição do líder do governo não está em discussão e que Bashar al-Assad faz parte do futuro da Síria, como presidente de um qualquer futuro governo. “Em Genebra, temos apenas um mandato: simplesmente, acordar um governo nacional abrangente. É isto que oferecemos. Este é o objetivo que tentamos alcançar nestas negociações”, sublinhou Bashar Jaafari, o chefe da delegação do regime sírio presente na Suíça, sublinhando que o destino do Presidente Assad não podia ser discutido nestas negociações.

Syrian government delegation joins Geneva talks under pressure to negotiate https://t.co/L0n0HikSdJ

— Reuters Top News (@Reuters) 15 de abril de 2016

O líder da delegação da oposição síria já reagiu e afirmou ser impossível chegar-se a uma solução para a Síria enquanto Assad se mantiver no poder. Riad Hijbab apelou aos ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo internacional de apoio à Síria para reavaliarem as tréguas agora terminadas.

Apesar da suspensão das negociações formais, o responsável da ONU admitiu que face à permanência em Genebra da delegação da oposição ao regime sírio será possível manter algumas “reuniões técnicas” ao longo desta semana e assim não perder por completo o tempo.

Update on ongoing #SyriaTalks in Geneva by Staffan de Mistura, UN #Syria Envoy
Transcript: https://t.co/CrqNDFVrUipic.twitter.com/zbCdsaspJE

— UN Geneva (@UNGeneva) 19 de abril de 2016

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