Orquestra Divan Oriente-Ocidente, a orquestra que fomenta do diálogo no Festival de Salzburg

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Uma orquestra que contrói pentos e fomenta o diáligo: na Orquestra Divan Oriente-Ocidente, israelitas e árabes tocam juntos, sob a batuta do co-fundador Daniel Barenboim. Na digressão europeia, a orqu

Uma orquestra única liderada pelo grande maestro argentino-israelita Daniel Barenboim.
A a Orquestra Divan Oriente-Ocidente foi a grande atração do Festival de Salzburg, na Áustria.

Barenboin e o intelectual palestiniano exilado Edward Said fundaram este projeto que junta árabes e israelitas com o grande objetivo de, através da música, derrubar preconceitos e fomentar o diálogo.

Impressions from yesterday evening's performance of the West-Eastern Divan Orchestra. [©SF/Marco Borrelli] pic.twitter.com/YYI8VRNibh

— Salzburg Festival (@SbgFestival) 12. August 2016

Daniel Barenboim explica que “a audiência reconheceu o meu trabalho durante todos estes anos e acredito que isso me dá mais responsabilidade. Escolhi tornar esta orquestra uma responsabilidade minha.”

“É bom ouvir as pessoas dizer que esta é uma orquestra da paz. Mas esta orquestra não traz a paz. O que fazemos é mostrar que os músicos são todos iguais”, garante o maestro, que sublinha ainda que “aqui ninguém pergunta que passaporte se tem.”

Perry Tal é uma das violinistas da orquestra. “O maestro Barenboim diz muitas vezes que devemos ter os mesmos pensamentos enquanto se toca, sentir o mesmo tipo de emoções. É uma ligação enorme entre seres humanos e só as vezes nos lembramos: os nossos países estão em conflito” garante Perry.

Tyme Khleifi é outra das violinistas e afirma que “existe algo de mágico, de mistico a acontecer quando estamos no palco a tocar”.

Tyme é da cidade palestiniana de Ramallah e Perry é de Telvive e tocam juntas há seis anos. No programa da digressão deste ano estão algumas peças épicas ed Richard Wagner como a abertura de “Tannhäuser”.

“Há uma sonoridade que sai da orquestra que não se encontra em muitas obras. É quase uma onda quente vinda do céu”, acrescenta Tyme e diz mesmo que é “é fisicamente gratificante tocar estas peças”.

O compositor alemão, considerado anti-semita continua a ser um tabu em Israel, mas Barenboim quis quebrar mais esta barreira. “Tocámos Wagner pela primeira vez na orquestra em 2005, nessa altura questionei os músicos israelitas que tocam os instrumentos de metal, porque Wagner compôs obras importantes para os metais, falámos sobre o assunto e todos quiseram tocar estas obras”, explica Daniel Barenboim.

A violinista Perry Tal garante que “tocar Wagner com o maetro Barenboim é, provavelmente, o ponto mais alto da carreira de um músico. O maestro consegue encontrar todos os sentidos da música para a vida”.

“Acredito que esta orquestra se tornou numa lenda. Quando se pensa que é composta por músicos libaneses, sírios, jordanos, egípcios, palestinianos, israelistas, iranianos…além disso não podemos tocar em nenhum desses países, o que é triste…Espero que isso possa acontecer um dia, se ainda cá estiver…é o meu maior desejo” afirma Barenboim.

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