Mineiros da Virgínia Ocidental votam massivamente em Donald Trump

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Estamos na Virgínia Ocidental, um dos estados mais pobres da América.

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Estamos na Virgínia Ocidental, um dos estados mais pobres da América. É também o sítio onde vivem muitos dos defensores mais entusiastas de Donald Trump. É aqui, no coração da região mineira dos Apalaches, que Trump alcança os melhores resultados ao nível nacional.

Sempre estóicos e orgulhosos, estes habitantes das montanhas, mergulham agora num mar de desespero provocado pelo desemprego e encerramento das minas de carvão. Nos últimos anos, a Virgínia Ocidental assistiu ao desmoronar da economia com a profunda restruturação industrial e o desenvovlimento de novas fontes de energia, mais limpas e mais baratas.

Viajámos até Fairmont, à povoação de Marion County, a mais pobre da Virginia Ocidental, onde o salário médio oscila entre 11.500 e 13 mil euros. No “Noteworthy Sweets” encontrámos alguns dirigentes republicanos da região. Berry Bledsoe tem uma empresa metalúrgica e é candidato a um lugar no senado estadual.

“Trump fez um comício em Charleston, no qual eu estive, e havia muitos mineiros no público. Podia-se ver que eram mineiros pelos bonés que tinham nas cabeças. Ele disse: “estes mineiros – vejo aqui muitos mineiros – quero dizer-lhes uma coisa, tenham os vossos baldes preparados porque quando eu fôr eleito vou fazer os vosso cus voltarem ao trabalho! E eles quase fizeram o telhado vir abaixo com os aplausos e os gritos de apoio”, conta.

Para o comissário do condado, Ernie Vangilder, Trump é o mal menor.

“Se me perguntar se ele era o meu candidato nas primárias, digo-lhe que não. Mas se me perguntar hoje, digo que sim, absolutamente, tendo em conta a alternativa. Vamos pôr homens de negócios no governo e vamos deixar o governo fora dos negócios”.

Um outro candidato republicano, Phil Mallow, pensa que Trump é quem oferece mais garantias aos americanos:

“Se alguém que é multimilionário está disposto a deixar a sua vida confortável e a assumir uma tarefa inacreditável para o nosso bem, isso é qualquer coisa que agrada às pessoas. Elas querem isso. Não estamos a falar de alguém que quer ganhar dinheiro e depois sair. Falamos de alguém que diz “isto é o que eu vou fazer por vocês” e as pessoas identificam-se com isso”.

Donald Trump é visto aqui como um homem pragmático que diz as coisa diretamente. Diz o que pretende fazer e, apesar de ser multimilionário, as pessoas confiam nele muito mais do que em Hillary Clinton que tem, na Virginia Ocidental, uma quota de popularidade muito baixa e particularmente entre as mulheres:

“Eu sou daquelas que pensam que é preciso cortar com o passado. Não gostamos da Hillary. Trump será melhor”, afirma uma eleitora.

Outra, explica:
“Eu voto no Trump. Na verdade, eu não queria votar em nenhum, mas ele é o menor de todos os males. Mas estou preocupada, porque se isto é o melhor que os Estados Unidos têm para oferecer, então, estamos mal”;

e uma terceira, remata:
“Bom, eu apoio o Trump, porque não quero ver a Hillary Clinton na presidência”.

Na sede de campanha dos democratas reina o silêncio. Num enorme espaço vazio, James Tate é dos poucos que ainda tentam pelo telefone falar com alguns eleitores que acredita poder convencer. Mas o sentimento anti Clinton é muito forte. James mostra-se indigado com a candidatura de Trump.

“A sério! Como é que nesta terra de Deus, este homem conseguiu alcançar a nomeação? A população aqui é quase 100% de mineiros. Quer trabalhem ou não nas minas, a questão está no carvão… é difícil para eles desistirem disso, é difícil para eles perceberem que o carvão não tem futuro”.

O destino de Hillary Clinton na Virgínia Ocidental ficou selado quando disse em Março que iria encerrar muitas minas e empresas de exploração de carvão. Para além disso, nas últimas duas décadas, o perfil do eleitor democrata mudou: mais urbano, mais liberal e com mais estudos. O contrário do que se passa aqui nas montanhas de West Virgin.

“Este era um estado democrata que, progressivamente, se tornou republicano devido a algumas causas democratas como a ecologia ou o controlo das armas. Este eleitorado é esmagadoramente branco. Estes eleitores brancos, não-universitários, são muito importantes, mas são uma parte diminuta do eleitorado em geral. Estão a tornar-se uma aposta importante na política republicana. E esta é a base que Donald Trump cativa “. explica Carroll Boherty , do Pew Research Center em Washington.

O correspondente da Euronews nos Estados Unidos, Stefan Grobe, sintetiza o sentimento dos eleitores da Virginia Ocidental:

“As pessoas aqui sentem-se abandonadas pela administração Obama. Agora, depositam todas as esperanças em Donald Trump. Só ele, dizem, pode fazê-los recuperar os empregos e o orgulho”.

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