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ONU fala de eventuais "crimes contra a Humanidade" na Venezuela

ONU fala de eventuais "crimes contra a Humanidade" na Venezuela
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De  Miguel Roque Dias com LUSA; EFE
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O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al Hussein, pediu a abertura de uma investigação internacional alegando que podem ter sido cometidos “crimes contra a humanidade” na Venezuela.

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A Organização das Nações Unidas avisa que podem ter sido cometidos “crimes contra a humanidade” na Venezuela. O Governo de Caracas acusa o Comissariado para os Direitos Humanos da ONU de “mentir”.

O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al Hussein, pediu, esta segunda-feira (10 setembro), a abertura de uma investigação internacional alegando que podem ter sido cometidos “crimes contra a humanidade” na Venezuela, no âmbito dos protestos contra o Executivo de Nicolás Maduro. “A minha investigação sugere a possibilidade de se terem cometido crimes contra a humanidade, algo que apenas pode ser confirmado por uma investigação penal posterior”, afirmou o diplomata jordano, no discurso de abertura da 36.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos.

U.N. rights boss sees possible ‘crimes against humanity’ in Venezuela https://t.co/l3aOXwIPpT

— Reuters Top News (@Reuters) September 11, 2017

Zeid al Hussein afirmou que apoia a criação de uma Comissão Nacional de Verdade e Reconciliação e defendeu que o modelo vigente na Venezuela “é desadequado” e deve ser revisto com o apoio da comunidade internacional.

O alto-comissário referiu, ainda, que “há um perigo real” de que as tensões no país se intensifiquem mais com o Governo a “atacar as instituições democráticas e vozes críticas, incluindo através de processos penais contra líderes da oposição e recurso a detenções arbitrárias, o uso excessivo da força e maus-tratos a detidos, que em alguns casos equivalem a tortura”.

Zeid al Hussein recordou a Caracas que a Venezuela é um membro do Conselho de Direitos Humanos e que, como tal, “tem um dever particular na hora de salvaguardar os níveis mais elevados na promoção e proteção dos Direitos Humanos”.

O Governo da Venezuela não aceita as críticas do alto-comissário. O ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, na sessão do Conselho de Direitos Humanos, acusou o Comissariado de “mentir” e de “ofender o seu país”, acusando-o de graves delitos “sem ter informação e sem ter rigor metodológico”.

O chefe da diplomacia de Caracas foi mais longe e exigiu que “o senhor alto-comissário para os Direitos Humanos cesse a agressão contra a Venezuela através relatórios carregados de mentiras, dados incompreensíveis, argumentos distorcidos e ofensa ao nosso país”.

Arreaza denunciou “o comportamento seletivo, tendencioso e politizado do Comissariado” e instou-o a realizar um trabalho “objetivo e imparcial”, uma vez que, na sua opinião, não o fazem.

“Nós viemos a este Conselho para defender a verdade da Venezuela”, disse ele, e denunciou que os recentes relatos contra o país “carecem de rigor metodológico, são infundados, induzidos e direcionados para perturbar a soberania, a paz e a estabilidade do nosso povo “.

As críticas surgiram a poucas semanas depois da divulgação pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos de um relatório sobre as violações dos Direitos Humanos cometidas no âmbito dos protestos antigovernamentais entre 01 de abril e 31 de julho por parte das forças de segurança e das unidades militarizadas.

O relatório fala do uso excessivo da força, possíveis execuções extrajudiciais, maus-tratos e tortura, detenções arbitrárias, buscas ilegais e violentas em casas particulares, julgamentos militares contra civis, ataques a jornalistas e ataques e restrições a opositores.

Os protestos contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro provocaram pelo menos 125 mortos desde abril, de acordo com o Ministério Público venezuelano.

Com: LUSA; EFE

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