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Josep Carles Rius: A solução para a crise na Catalunha "será voltar ao diálogo"

Josep Carles Rius: A solução para a crise na Catalunha "será voltar ao diálogo"
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*Josep Carles Rius observa de perto a situação na Catalunha há quatro décadas.

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*Josep Carles Rius observa de perto a situação na Catalunha há quatro décadas. Professor de jornalismo na Universidade Autónoma de Barcelona foi sub-diretor do jornal catalão La Vanguardia.

Rius falou com euronews sobre a origem, as consequências e as possíveis soluções para a atual crise política, principalmente depois da últimas demonstrações em Barcelona.*

Josep Carles Rius acredita que os protestos do último fim de semana mostraram uma sociedade catalã profundamente dividida e que a solução será voltar ao diálogo: “Todo este processo que a Catalunha vive há muitos anos tem sido como um jogo de xadrez. Cada jogador moveu as peças, movimentando-se muito bem; pensando nas consequências e, principalmente, evitando os erros. Há alguns meses quando já se via que o processo de independência se aproximava da fase final, todas as mudanças se transformaram num jogo de ação-reação. Devem ser explorados outros acordos, outras reformas constitucionais mais inclusivas que reflitam esta pluralidade. Caso contrário, o “sim” ou o “não” podem dividir uma sociedade. Uma sociedade pode decidir fazer um referendo, mas há que ter consciência que esta situação é fraturante. E começamos a ver elementos desta divisão na sociedade catalã. Os protestos podem ser um reflexo desta divisão”.

A questão agora é saber como é que o presidente do governo regional catalão pretende ir ao encontro das aspirações dos que votaram no referendo, enfrentando um governo espanhol que ameaça a autonomia da região se houver uma declaração unilateral da independência.

Josep Carles Rius: “Muitas pessoas votaram – muitas pessoas que não são propriamente independentistas manifestaram-se. Esta é a herança da soberania nestes momentos. A questão é se o próximo passo da soberania vai manter essa herança de projeção internacional ou se a podem perder ao cometer um erro irreversível.

Se a autonomia for suspensa, a lógica é pensar que haverá uma reação da maioria social, que pode ser favorável à independência ou que estará, simplesmente, em defesa das instituições catalãs sem ser independentista.”

O presidente do governo espanhol insiste que o diálogo não é possível com as autoridades catalãs pois não respeitam a Constituição. Josep Carles Rius acredita que a estratégia de Rajoy tem algo a ver com a tradição dos partidos da direita em Espanha.

Josep Carles Rius: “O problema é que estamos perante um interlocutor, neste caso, o Estado espanhol, que não quer falar. E tem a tentação, uma tentação histórica por parte do nacionalismo espanhol – que é a da derrota. Ou seja, não quer dialogar, mas sim derrotar as aspirações nacionalistas – e que esta derrota dure várias gerações. Esta é a grande tentação por parte da direita mais dura do Estado espanhol.”

A solução para o diálogo poder vir dos partidos da oposição, especialmente, dos socialistas. O líder, Pedro Sánchez, é a favor do diálogo, mesmo sendo contra a independência. Se a Catalunha declarar a independência, Sánchez já disse que vai apoiar Rajoy para manter a unidade de Espanha.

Josep Carles Rius: “Há um fator importantíssimo em tudo isto que parece estar deslocado que é o PSOE. Qual é o papel do PSOE? Devia fazer a ponte entre a soberania e o bloco formado pelo PP e Ciudadanos – e Pedro Sánchez não está a fazer este papel. Na minha opinião, falta uma responsabilidade histórica que cabe ao PSOE nestas alturas”.

Depois das manifestações do passado fim de semana e do pânico no setor empresarial na Catalunha, a pressão aumentou e a declaração unilateral de independência parece já não ser uma opção. Segundo o analista, apenas um referendo propriamente organizado poderá pôr fim a este conflito.

Josep Carles Rius: “Já chegámos até aqui, então qual é o problema? Esta soberania é muito forte, tem dois milhões de pessoas envolvidas e mobilizadas, mas não tem força suficiente para enfrentar o estado espanhol. Temos duas partes: uma que quer a rendição e outra que não pode aceitá-la.

Evidentemente, a única saída é a mediação; encontrar pontos de encontro. E não se pode esquecer o problema original que vem do Tribunal Constitucional – que não emitiu um estatuto que foi aprovado nas urnas. O problema original vem das urnas – da não aprovação legal de uma decisão votada pelos catalães.

Um problema gerado nas urnas deve ser resolvido nas urnas. Mais cedo ou mais tarde, a única solução possível é um referendo. Mas não um referendo reprimido como o que vivemos, mas um referendo que ofereça todas as garantias democráticas.”

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