Ao todo, Zahida salvou mais de 400 pessoas, escondidas na floresta depois de os militares birmaneses terem incendiado a sua aldeia.
Zahida avança com a certeza da sua missão. Ela própria é uma refugiada da minoria rohingya no Bangladesh, nascida numa pequena aldeia no Myanmar. Um dia recebeu um apelo desesperado da sua comunidade em risco de vida. Recolheu dinheiro junto de familiares na Austrália para ajudar o maior número possível de pessoas a atravessar o rio que faz de fronteira entre os dois países.
“Paguei ao pescador cerca de 4200 dólares para enviar dois barcos que trouxeram, mais tarde, 70 famílias. Quando chegaram, fui a Shampalur e dei 36 dólares para arranjar veículos que os pudessem transportar para Kutupalong. Ficaram todos ao pé de minha casa. Durante 12 dias fui eu que os alimentei”, conta-nos.
Ao todo, Zahida salvou mais de 400 pessoas que estavam escondidas na floresta depois de os militares birmaneses terem incendiado a sua aldeia.
“Houve muitas mulheres a dar à luz pelo caminho. Muitos dos bebés morreram nas margens do rio. Não havia comida nenhuma. Só na minha aldeia, morreram 400 pessoas. Conseguiram chegar aqui cerca de 70”, explica Abdul Matlab, um dos refugiados resgatados.
O trabalho de Zahida é agora ajudar a construir abrigos e identificar os problemas de saúde mais urgentes.