O mais recente balanço feito pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos revela que, desde março de 2011, terão morrido na Síria cerca de 340 mil pessoas
As negociações de paz em Genebra estão a ser seguidas de perto pelos sírios, que seis anos depois do início do conflito continuam à espera de uma solução política.
Nas ruas, vive-se um misto de otimismo e de apreensão.
"Espero que esta conferência permita concluir o trabalho feito nas rondas anteriores e permita acabar com esta crise, bem como, com a falta de condições com que nos deparamos" refere um habitante de Alepo. Outro adianta estar "bastante otimista" com a possibilidade de ser encontrada uma solução. Isto porque acredita que "os progressos do exército sírio" podem tornar "a política mais efetiva." Mas em Alepo nem todos partilham a mesma opinião. "Somos sírios e acho que podemos pensar melhor numa solução. As conferências de Genebra e de Astana não passam, disso mesmo, de discussões" concluiu um habitante da cidade.
Discussões que segundo o analista sírio, Muhammad Omari, estão a ser bloqueadas por interesses de diferentes países.
"O conflito na Síria é uma guerra por procuração entre potencias mundiais. Os Estados Unidos estão a usar as Forças Democráticas Sírias para aumentar a influência no leste do país. A Rússia quer atrair os curdos, desde logo, porque controlam 30 por cento do território e a animosidade com a Turquia constitui um obstáculo a uma solução política" afirma.
Omari considera que a influência dos extremistas na Síria diminuiu, mas lembra que continuam a existir cerca de 900 grupos armados no território que prometem dificultar a conclusão do processo político.