A Ministra britânica do Interior, Amber Rudd, expôs as principais conclusões do documento que analisou os quatro ataques terroristas entre março e junho deste ano.
Um relatório independente pedido pelo Estado britânico concluiu que o ataque terrorista de 22 de maio, em Manchester, que fez 22 vítimas mortais num concerto da cantora Ariana Grande, podia ter sido evitado.
De acordo com o documento divulgado esta terça-feira, da autoria de David Anderson, especialista em legislação antiterrorista, os serviços secretos britânicos estavam já na posse de informações sobre Salman Abedi, o bombista suicida responsável pelo atentado.
Em declarações aos deputados no parlamento, a ministra do Interior assumiu que o MI5 não terá avaliado devidamente a importância das informações recolhidas sobre Abedi, que já estava no radar da agência desde 2014.
"No início de 2017, o MI5, no entanto, recebeu informações sobre Abedi, que se avaliou não ter ligações ao terrorismo. Em retrospetiva, a informação pode ser vista como altamente relevante. Se uma investigação tivesse sido reaberta naquele momento, não se sabe se os planos de Abedi poderiam ter sido interrompidos. O MI5 considera que teria sido improvável", afirmou.
Em sua defesa, a direção da agência de segurança britânica afirmou já ter evitado nove ataques terroristas ao longo do último ano.
O relatório passou em revista os ataques em Westminster, Manchester, London Bridge e Finsbury Park, que fizeram entre março e junho deste ano um total de 36 vítimas mortais.
Entre as diversas conclusões e propostas do documento, David Anderson apelou a uma melhor relação entre as diferentes forças de segurança e uma maior partilha de informação.