Acordo sobre "mulheres de conforto" não é suficiente para compensar vítimas

Acordo sobre "mulheres de conforto" não é suficiente para compensar vítimas
Direitos de autor 
De  Euronews com Reuters
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Coreia do Sul reage a investigação sobre mulheres raptadas pelo exército japonês para sistema de escravidão sexual entre 1910 e 1945. Seul lamenta que acordo assinado com o Japão em 2015 não seja suficiente para compensar vítimas. Tóquio diz que acordo é "irreversível".

PUBLICIDADE

A Coreia do Sul assumiu que o acordo alcançado em 2015 com o Japão sobre as "mulheres de conforto" não é suficiente para compensar as vítimas. O governo de Seul reagiu assim a uma investigação desenvolvida por um painel de peritos, a pedido da diplomacia sul-coreana.

Segundo os peritos, a questão não ficou "na sua maior parte resolvida", porque os pedidos de compensação legal feitos pelas vítimas não foram atendidos.

"Mulheres de conforto" é o eufemismo usado para designar as mulheres que foram raptadas e forçadas a integrar uma rede de escravidão sexual, durante a ocupação japonesa da Coreia, entre 1910 e 1945.

"Quero manifestar as minhas sinceras desculpas e lamentar que a abordagem universal que dá prioridade às vítimas na resolução de questões de direitos humanos não se tenha refletido de forma suficiente no acordo alcançado em 2015", considerou a Ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Kang Kyung-wha,

Na resposta, o Japão avisou que qualquer tentativa de revisão do acordo é "inaceitável" e pode tornar as relações entre os dois países "impossíveis de gerir".

"O acordo sobre a questão das mulheres de conforto foi assinado como final e irreversível pelos dois países, o Japão e a Coreia do Sul. Merece todo o apreço por parte da comunidade internacional. É extremamente importante que este acordo seja implementado com estabilidade", avisou Yoshihide Suga, porta-voz do governo do Japão.

Em 2015, o Japão apresentou um pedido de desculpas e aceitou indemnizar as vítimas com cerca de 6 milhões de euros, valor pedido pelo governo de Seul.

Em comunicado, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Taro Kono, citado pela agência Reuters, sublinhou que o acordo foi o resultado de "negociações legítimas". Taro Kono avisa que "se a Coreia do Sul tentar rever o acordo, que já está a ser implementado, isso poderá tornar as relações entre o Japão e a Coreia do Sul impossívis de gerir e seria inaceitável".

Segundo a Reuters, o governo sul-coreano vai avaliar o resultado da investigação e avançar com políticas, depois de consultar as vítimas e as organizações da sociedade civil que lhes dão apoio.

Os grupos ativistas estima que tenham exisitido cerca de 200 mil escravas sexuais.  Na Coreia do sul, apenas 46 ainda estão vivas.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Sul-coreanos protestam contra descargas de Fukushima

Biden chama nações "xenófobas" à Índia e Japão

Borrell compara destruição em Gaza com danos causados nas cidades alemãs na Segunda Guerra Mundial