UE pondera centros externos para gerir migração

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De  Isabel Marques da Silva
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Os líderes da Uniao Europeia vão analisar a possibilidade de criar centros para processar refugiados em países fora do bloco comunitario. A ideia é mencionada no projecto de conclusões para ser debatido pelos chefes de Estado e de governo na cimeira europeia, na próxima semana.

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Os líderes da Uniao Europeia vão analisar a possibilidade de criar centros para processar refugiados em países fora do bloco comunitário. A ideia é mencionada no projeto de conclusões para ser debatido pelos chefes de Estado e de governo, na cimeira europeia, na próxima semana.

Consciente de que vai ser difícil chegar a um consenso sobre esta política, o comissário europeu para a Migração, Dimitris Avramopoulos, disse que "nunca rejeitamos nada, mas até agora não foi considerada como uma opção".

"A ideia foi mencionada, mas até agora não houve uma proposta muito concreta", acrescentou durante uma conferência de imprensa, terça-feira, em Bruxelas.

A Áustria vai estar à frente da presidência da União Europeia no próximo semestre e quer propor medidas que aumentem a segurança nas fronteiras e que diminuam a entrada de pessoas ao máximo.

De visita ao governo de Sebastian Kurz, em Viena, esta terça-feira, o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, afirmou que "a migração é o mais sério de todos os problemas".

"É nessa questão que se joga o futuro da Europa. Sem respostas concretas, o alarme social aumentará e a existência da própria União Europeia ficará em risco", acrescentou.

A sugestão para criar estes centros foi feita pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em 2016. Recentemente os governos de França e de Itália demonstraram interesse em discuti-la.

A União está a tentar acomodar as ideias do novo governo eurocético em Itália, assim como dar resposta à crise política na Alemanha, onde o parceiro de coligação da chanceler Angela Merkel emitiu um ultimato para um acordo a nível europeu sobre migração.

A agência de fronteira da União Europeia, Frontex, anunciou que mais de 90% dos requerentes de asilo e migrantes que chegam a Itália, Grécia e Espanha se registram nesses países. Contudo, muitas dessas pessoas tentam viajar para países a norte, nomeadamente para a Alemanha.

Este "movimento secundário" viola a lei comunitária, mas tem sido generalizado. Contudo, muitos países também não aceitam um sistema de redistribuição obrigatório.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã fizeram uma declaração conjunta, terça-feira, que apelava para uma solução europeia sobre migração, incluindo disposições que resolvam esse "movimento secundário".

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