A primeira-ministra britânica está em Bruxelas para renegociar o "Brexit", mas o presidente da Comissão Europeia já rejeitou qualquer alteração ao acordo.
Theresa May chegou a Bruxelas numa onda de contestação. A primeira-ministra britânica foi recebida pelo presidente da Comissão Europeia, mas Jean-Claude Juncker já se mostrou indiponível para uma nova ronda de negociações do "Brexit".
Esse será o principal desafio de May, que traz na mala propostas aprovadas pelo parlamento britânico que o bloco comunitário simplesmente não quer ouvir. Entre elas a criação de "disposições alternativas" em vez do mecanismo de impedimento de novas fronteiras físicas na ilha da Irlanda, conhecido como "backstop"
Perante o previsível impasse a impaciência parece começar a tomar conta dos líderes europeus. Donald Tusk instalou a polémica depois de, durante o encontro com o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, afirmar que se tem questionado "sobre como será o lugar especial no inferno para aqueles que promoveram o Brexit sem terem sequer um esboço de um plano para realizá-lo em segurança".
Mesmo entre os que não acreditam no inferno do presidente do Conselho Europeu para os mentores do "Brexit", os deputados britânicos temem que o "backstop" deixe o país numa união aduaneira sem fim à vista.
Mas Juncker já avisou que rejeita qualquer alteração à cláusula de salvaguarda inscrita no acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.
O mecanismo só será ativado no final de 2020, caso Londres e Bruxelas não cheguem a acordo sobre a futura parceria. No horizonte permanece a possibilidade de um "Brexit" sem acordo.