A agência europeia responsável pelas fronteiras externas da UE já garantiu que vai “examinar a questão” e tomar “as medidas necessárias”
A agência responsável pelas fronteiras externas da União Europeia é acusada de tolerar abusos sobre migrantes e de violar os direitos humanos durante várias deportações.
Segundo a investigação conjunta do site Correctiv, do jornal de The Guardian e do canal de televisão alemão ARD, os agentes da Frontex deixaram os guardas de fronteira na Bulgária, Hungria e Grécia “perseguir os migrantes com cães, utilizar gás pimenta e aplicar maus tratos, por vezes brutais”.
A investigação vai ser divulgada esta terça-feira, numa reportagem que, segundo os autores, é baseada em "centenas de documentos internos da Frontex" que são regularmente "arquivados" pela agência europeia.
Questionada sobre as acusações e através de um comunicado, a Frontex negou o envolvimento em ações que não respeitam os direitos fundamentais, sublinhou que até agora não foi apresentada qualquer queixa e garantiu que se houver indícios de má conduta por parte de algum dos agentes vai adotar as medidas necessárias.
No texto, a Frontex destacou que pode suspender um agente mas que não tem autoridade sobre o comportamento da polícia nas fronteiras locais nem sobre o poder de realizar investigações no território da União Europeia.
A Frontex tem cerca de mil funcionários e um grupo de mil e quinhentos em reserva para casos de crise. Uma das funções da agência é ajudar as autoridades locais no registo e identificação dos migrantes