A Covid-19 criou problemas na organização do escrutínio presidencial na Polónia mas o Partido Lei e Justiça, no poder, que avançar com as eleições, a oposição e a OSCE estão contra.
Faltam menos de quatro dias para as eleições presidenciais na Polónia e nada está preparado. O partido conservador Lei e Justiça, no poder, insiste no escrutínio e quer aprovar no parlamento o voto pelo correio. A oposição diz não ser legal, justo, transparente e livre de risco de Covid-19 e pede um adiamento de três meses.
Muitos eleitores estão com receio. "Eu não vou votar. Costumo ir sempre, mas não este ano. As eleições deviam ser adiadas devido à situação da Covid. Não vou votar", confessa uma eleitora.
A crise pandémica tornou impossível a campanha eleitoral. Os opositores consideram que o partido do atual presidente receia que a crise económica "pós-covid" possa mudar o sentido de voto e estão contra a eleição por correspondência. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) garante que não há condições para se realizarem eleições.
"Para haver eleições democráticas, é crucial que haja um debate aberto e uma campanha honesta. As restrições impostas, relativas à liberdade de movimento, à reunião em espaços públicos abertos, significam que essa campanha e esse debate público foram praticamente impossíveis", diz Katya Andrusz, porta-voz, do Departamento para a Instituições Democráticas e Direitos humanos da OSCE.
As sondagens dão a vitória a Andrzej Duda sem precisar de uma segunda volta. As alterações legislativas para permitir o voto por correspondência passaram na câmara baixa mas esbarraram no senado. O projeto-lei regressa agora aos deputados.