Seis meses depois Angola reabre espaço aéreo ao mundo

Imagem áerea de arquivo do aeroporto de Luanda em 2018
Imagem áerea de arquivo do aeroporto de Luanda em 2018 Direitos de autor Rodger BOSCH / AFP
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De  Euronews com Lusa
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Voos internacionais são retomados a partir de 21 de setembro depois de as fronteiras aéreas terem sido fechadas a 20 de março devido à pandemia

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Seis meses depois de se ter fechado ao mundo devido à pandemia, Angola reabre o espaço aéreo a voos internacionais a partir de 21 de setembro. Os voos domésticos são retomados já a partir de segunda-feira.

O anúncio foi feito hoje pelo ministro de estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, que atualizou as medidas que vão vigorar a partir de quarta-feira no âmbito de um novo decreto presidencial, depois de uma reavaliação da situação epidemiológica.

"Pretende-se, de acordo com a programação, começar com voos regulares, não ainda comerciais no sentido estrito da palavra, a partir de 14 de setembro para voos domésticos e internacionais a partir de 21 de setembro", dispensando-se autorização formal das autoridades angolanas desde que se faça um teste de despistagem da covid-19 pré-embarque, anunciou.

Angola fechou as suas fronteiras aéreas em 20 de março, como medida de prevenção da covid-19.

Segundo Adão de Almeida, permanece o princípio da existência da cerca sanitária em território angolano, mas algumas categorias de cidadãos passam a fazer parte das exceções dos que podem entrar e sair do território nacional, nomeadamente cidadãos angolanos e estrangeiros residentes, bem como profissionais estrangeiros que prestam serviço em Angola e estrangeiros portadores de visto de trabalho.

As novas regras "visam permitir criar um espaço maior para que alguns cidadãos possam regressar com menos constrangimentos", justificou.

Mantém-se a quarentena domiciliar para os cidadãos nacionais e residentes em território angolano, enquanto os não residentes estão sujeitos ao princípio da quarentena institucional.

Também são consideradas exceções as viagens oficiais de responsáveis angolanos para o exterior ou a entrada de delegações estrangeiras, complementou Adão de Almeida.

O ministro dos Transportes, Ricardo Abreu, acrescentou que estas medidas de alívio permitem responder a duas questões fundamentais: assegurar o repatriamento e regresso de cidadãos angolanos que estão no exterior, bem como de profissionais que trabalham em Angola, residentes em Angola e com vistos de trabalho, e preparar a retoma económica, sendo o setor da aviação civil um dos que foi mais “severamente afetado pelas medidas de mitigação do impacto da covid”.

O governante sublinhou, durante a conferência de imprensa, que não se trata de uma reposição total do setor aeronáutico do ponto de vista comercial, e sim uma retoma gradual que será feita assegurando os voos regulares por parte das companhias aéreas que já têm acordos com o país.

“A razão de não estarmos a olhar de forma totalmente comercial para estes voos tem a ver com o facto de estarem limitados nas frequências que deverão ser permitidas nesta fase e pela natureza de passageiros que vão poder usufruir das ligações regulares que vão ter início este mês de setembro”, destacou o ministro.

Os passageiros terão de fazer um teste pré-embarque RT-PCR até 72 horas antes do voo, cumprir quarentena domiciliar e realizar um novo teste num prazo máximo de sete dias já em território nacional.

Terão ainda de se registar através de um 'link', fornecendo os seus dados, informação pessoal e contactos para que as autoridades angolanas possam fazer o acompanhamento até ao recebimento da alta epidemiológica.

Ricardo Abreu salientou que não se trata para já de viagens com efeitos de turismo, mas sim relacionadas com a atividade económica ou regresso à área de domicílio, havendo ainda cidadãos nacionais “deslocalizados da sua área de residência”, sendo Cabinda um caso paradigmático.

Continua a ser necessário assinar um termo de responsabilidade e podem ser aplicadas multas de 150 a 250 mil kwanzas (206 a 343 euros) para quem violar as normas.

Angola conta atualmente com 2.981 casos de covid-19, dos quais 120 óbitos, 1.215 recuperados e 1.646 ativos, com quatro pessoas em estado crítico, 19 graves e 48 moderados.

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