Turismo cipriota sofre sem russos

Em 2019, o Chipre acolheu 3,9 mil milhões turistas, dos quais mais de 780.000 eram russos
Em 2019, o Chipre acolheu 3,9 mil milhões turistas, dos quais mais de 780.000 eram russos Direitos de autor AFP
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Sancões contra a Rússia penalizam setor do turismo em Chipre. Empresários queixam-se de avultadas perdas e viram-se para outros mercados

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A guerra na Ucrânia e as sanções da União Europeia contra a Rússia prometem ensombrar a reabertura do setor do turismo, em Chipre, depois de dois anos de paralisia devido às restrições de viagens impostas para combater a Covid-19.

O sul da ilha mediterrânica costuma ser um destino para os turistas russos, na época estival, mas este ano, não é opção. Para os empresários cipriotas, as perdas acumulam-se.

O presidente da Associação Pancyprian de Gestores de Hotéis, Christos Angelidis, "ninguém estava preparado para esta enorme mudança. É um problema difícil de resolver, mas de alguma forma estamos a tentar lidar com ele. Limitámos um pouco os danos, mas é impossível substituir este enorme número de clientes".

Em 2019, o Chipre acolheu 3,9 mil milhões turistas, dos quais mais de 780.000 eram russos. No ano passado, e apesar das restrições contra o novo coronavírus, um em cada quatro turistas veio da Rússia. Este ano, as coisas são diferentes. De acordo com as estimativas do ministério cipriota do Turismo, a economia do país irá perder cerca de 600 milhões de euros, por isso, é preciso procurar novos mercados.

"Russos e ucranianos costumavam representar 25-30% (dos nossos hóspedes), enquanto hoje em dia, o número de turistas destes dois países é baixo. Por outro lado, o nosso hotel sempre teve uma boa reputação e atendia mercados da Europa Central, como a Suíça, Alemanha, Áustria, e Inglaterra", sublinha Panicos Michail, do Alion Beach Hotel, em Agia Napa.

A ausência de turistas russos não é o único desafio para o turismo cipriota. A crise energética e o crescente aumento da eletricidade é, também, uma das ameaças para o setor.

O presidente da Associação dos Hotéis de Chipre, Haris Loizides, refere que "neste momento, a eletricidade tornou-se o segundo maior custo, a seguir aos salários, o que é demasiado elevado. Há hotéis que me enviaram as suas contas, e foi-lhes pedido que pagassem, durante apenas um mês, entre 100.000 a 150.000 (euros)."

Em 2019, o ano antes da pandemia, o setor do turismo representou 2,68 mil milhões de euros, o que equivale a 15% do do Produto Interno Bruto do país.

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