Europeus detidos no Irão enfrentam abusos físicos e psicológicos

Cidadãos europeus detidos no Irão sofrem abusos
Cidadãos europeus detidos no Irão sofrem abusos Direitos de autor Martial Trezzini/AP2011
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A Euronews falou com familiares de alguns cidadãos europeus que se encontram detidos no Irão.

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"Toda a minha vida e trabalho mudaram desde que a minha mãe foi presa", conta Mariam Claren, filha de Nahid Taghavi, uma dos cidadãos europeus detidos no Irão. Enfrentam tortura, penas longas e alguns até a pena de morte. Familiares de alguns destes prisioneiros partilharam as suas histórias com a Euronews.

"Foi numa sexta-feira à noite que ela foi presa pela ala dos serviços secretos do Corpo dos Guardas da Revolução Islâmica. A minha mãe, Nahid Taghavi, é cidadã alemã e estava a viajar entre o Irão e a Alemanha. O principal motivo da sua prisão foi o facto de estar a defender os direitos das mulheres e laborais há mais de quatro décadas”, lamenta.

Mariam Claren relata os abusos mentais e físicos sofridos pelos detidos: "Estão sempre com os olhos vendados num pequeno quarto, que tem apenas dois ou três metros. Portanto, é um quarto muito pequeno. Então, as pessoas ficam cada vez mais fracas. Levam-nas todos os dias às salas de interrogatório. Nunca veem os agentes que estão a falar com eles. Estão sempre com os olhos vendados e não apanham ar fresco".

Ahmad Reza Djalali foi preso em 2016 por acusações de espionagem. Entretanto, foi condenado à morte. "Quando o meu marido foi para o Irão, o meu filho tinha quatro anos. A minha filha tinha 13 anos e agora tem 20 anos. O meu filho tem 11 anos. Já se passaram sete anos. Como é que se pode imaginar ficar num quarto, sem acesso a qualquer assistência médica?", diz Vida Mehrannia.

Ex-prisioneiros continuam a luta do exterior, como Massoumeh Raouf, que conseguiu escapar do Irão depois de ser detida. "Fui presa na rua em setembro de 1981. Eles suspeitavam que eu era simpatizante da Organização Mujahidin do Povo do Irão. Essa mera suspeita bastou para que fôssemos presos, torturados e condenados”, descreve, antes de acrescentar: "Felizmente, a França deu-me esta oportunidade de vir para cá". 

Para alguns, há uma luz ao fundo do túnel. A 12 de maio, dois cidadãos franceses, Benjamin Briere e Bernard Phelan, foram libertados.

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