Dos escândalos políticos às questões económicas - guia prático das eleições na Grécia

O primeiro-ministro grego e líder da Nova Democracia, Kyriakos Mitsotakis, antes de uma conferência de imprensa na cidade de Lavrio, Grécia, a 14 de maio de 2023
O primeiro-ministro grego e líder da Nova Democracia, Kyriakos Mitsotakis, antes de uma conferência de imprensa na cidade de Lavrio, Grécia, a 14 de maio de 2023 Direitos de autor Yorgos Karahalis/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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Grécia vai às urnas no domingo. Se não houver maioria para governar, há nova eleição daqui a mês e meio.

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Numa altura em que os gregos se preparam para votar nas eleições legislativas de 21 de maio, analisamos os partidos e os candidatos que estão na corrida, quem está à frente nas sondagens e o que se pode esperar nas próximas semanas.

GRÉCIA VAI A VOTOS NO DIA 21 DE MAIO

A Grécia vai às urnas no dia 21 de maio para umas eleições legislativas que, segundo os especialistas, não deverão ter, à partida, um vencedor absoluto.

Estão recenseados cerca de 9,8 milhões de eleitores, incluindo 440 mil jovens entre os 17 e os 21 anos, que vão poder votar pela primeira vez.

Também pela primeira vez, os gregos que vivem no estrangeiro poderão votar, a 20 de maio, sem terem de regressar à Grécia.

Quem são os principais partidos e candidatos, o que sugerem as sondagens e como é que o sistema eleitoral funciona na prática?

Principais partidos

O partido conservador Nova Democracia, do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, detém actualmente 158 lugares no Parlamento helénico de 300 lugares, o que constitui uma maioria.

Para estas eleições, o partido promete continuar a reduzir os impostos como no primeiro mandato, alcançar um crescimento anual de 3%, aumentar o investimento directo estrangeiro e reduzir o desemprego para menos de 8%.

No seu primeiro mandato, Mitsotakis centrou-se nas questões de segurança, reforçando a polícia e efectuando importantes negócios de armamento, especialmente com a França.

A imigração foi também uma área política importante, com a extensão do muro metálico ao longo da fronteira com a Turquia, face ao que descreve como uma "ameaça" migratória.

O partido de esquerda SYRIZA, do antigo primeiro-ministro Alexis Tsipras, foi afastado do poder pela Nova Democracia nas eleições legislativas de 2019.

O partido quer aumentar os salários e as pensões, limitar as margens de lucro no sector da energia, reduzir o horário de trabalho semanal, proteger os direitos das minorias e abolir o fundo de resgate bancário da Grécia, o HFSF.

O Pasok-KINAL, partido de centro-esquerda de Nikos Androulakis, ou Movimento para a Mudança, é o terceiro maior partido ou coligação da Grécia, tendo garantido 22 lugares em 2019.

O partido defende uma transição ecológica, afastando-se do carvão e do gás natural, um sistema nacional de saúde mais forte, um aumento dos salários do sector público e uma maior transparência e meritocracia no Estado.

Quem está a liderar as sondagens?

A Nova Democracia está actualmente à frente nas sondagens, com mais 7 pontos percentuais do que o Syriza. O Pasok-KINAL está actualmente em terceiro lugar nas intenções de voto.

O líder do Syriza, Alexis Tsipras, exortou os eleitores a "não olharem para as sondagens", depois de o seu partido ter pedido mais transparência aos institutos de sondagens - pedindo-lhes especificamente que publicassem os dados primários das suas sondagens. Pedido que foi ignorado tanto pelo Nova Democracia como pela Associação das empresas de sondagens.

O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis é responsabilizado por algumas pessoas na Grécia pelo pior desastre ferroviário da história do país, que matou 57 pessoas, levando muitos especialistas a prever uma queda nas sondagens.

Apesar dos protestos em massa que se seguiram imediatamente ao acidente, a Euronews Grécia relata que a ira pública não se dirigia apenas ao actual governo, mas a todo o sistema político da Grécia.

Os familiares das vítimas instauraram um processo contra 17 pessoas, incluindo o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, os antigos e actuais ministros dos Transportes, os antigos e actuais presidentes e directores da Organização dos Caminhos-de-Ferro Gregos (OSE) e da empresa Hellenic Train.

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Entretanto, Eva Kaili, a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu implicada num alegado escândalo de troca de dinheiro por influência envolvendo o Qatar, foi demitida do partido Pasok-KINAL em Fevereiro.

Como funciona o sistema eleitoral?

Os eleitores vão eleger 300 deputados para o Parlamento grego segundo um sistema de representação proporcional. Os 285 deputados são atribuídos em função da sua quota de votos. Doze lugares são atribuídos a deputados estaduais eleitos por cada partido e três lugares são atribuídos a candidatos eleitos pelos gregos que votam no estrangeiro.

Os partidos têm de obter pelo menos 3% dos votos para poderem ser eleitos para um mandato de quatro anos no Parlamento.

De acordo com as sondagens, desta vez, o candidato mais votado poderá precisar de 46% dos votos para ganhar. Se nenhum partido o conseguir, o parlamento ficará suspenso, uma vez que os três principais partidos já revelaram que não desejam formar uma coligação entre si. Se não se conseguir formar um governo de coligação, será necessário repetir as eleições no início de Julho.

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