França: Mais um dia de manifestações contra a reforma das pensões

A França mobilza-se pela décima quarta jornada contra a reforma das pensões, apesar de a lei estar aprovada
A França mobilza-se pela décima quarta jornada contra a reforma das pensões, apesar de a lei estar aprovada Direitos de autor AP Photo
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O diploma da reforma das pensões está aprovado, mas nem por isso os franceses deixam de protestar. Há manifestações e outras ações de protesto, esta terça-feira, por todo o país.

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O fogo da indignação social contra a reforma do sistema de pensões ainda arde em França. O governo francês impôs a reforma por decreto de 20 de abril, mas isso não demove os franceses.

Entre outras coisas, a nova lei atrasa a idade mínima de reforma de 62 para 64 anos, algo inaceitável para os sindicatos e manifestantes, que ocuparam por breves instantes a sede do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos - Paris 2024.

Laurent Berger, dirigente da central sindical CFDT diz: "Infelizmente esta reforma foi promulgada e os decretos, com 64 anos, foram publicados, é uma realidade. Isto não significa que a aceitemos, não, não significa que a aceitemos, mas a forma como não a aceitamos vai mudar. As formas de mobilização não serão as mesmas que temos visto até agora".

Uma mensagem repetida por outros líderes sindicais, como o líder da esquerda, Jean-Luc Melenchon, mas nenhum especificou como será levada a cabo a contestação. 

Em alguns locais, como Toulouse, houve confrontos entre manifestantes e as forças da ordem.

Também esta terça-feira eletricistas cortaram a energia numa grande área de Issy-les-Moulineaux (Hauts-de-Seine), onde se situam as sedes de empresas de comunicação social e digitais, em protesto contra a lei da reforma das pensões aprovada na primavera.

As sedes da Orange, da Microsoft France e do grupo France Médias Monde, que inclui a rádio RFI e o canal de notícias France 24, confirmaram à AFP terem sido afetadas pelo apagão, que ocorreu por volta das 10h, nomeadamente numa subestação da Enedis, onde várias dezenas de eletricistas se tinham conentrado ao início da manhã.

Outras sedes de empresas foram igualmente afetadas, incluindo a da Bouygues Immobilier, bem como edifícios pertencentes aos Correios franceses e à Sanef, que foram evacuados, segundo a AFP.

"A ideia é fazer com que o governo compreenda que somos contra esta proposta de reforma e que estamos a tentar fazer-nos ouvir", disse aos jornalistas Frédéric Probel, secretário-geral do sindicato Energie Bagneux.

Estas ações surgem no 14º dia de mobilização nacional contra o texto do diploma, cujos primeiros decretos foram publicados no domingo. 

Para além do aumento progressivo da idade legal de reforma de 62 para 64 anos, a medida mais controversa, os eletricistas e os trabalhadores do gás rejeitam a supressão do seu regime especial de pensões, que lhes confere maior proteção.

As redes sociais estão repletas de vídeos de manifestações um pouco por toda a França neste 14° dia de mobilização.

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