O antigo Presidente dos Estados Unidos foi libertado sem caução pelo Tribunal Federal Wilkie D. Ferguson Jr., na Florida
Donald Trump declarou-se inocente em relação às 37 acusações relacionadas com a acumulação ilegal de documentos confidenciais na propriedade que detém em Mar-a-Lago, também no Estado da Florida, nos Estados Unidos.
O antigo presidente norte-americano apresentou-se ao juiz magistrado Jonathan Goodman esta terça-feira, dias depois de se ter tornado o primeiro ex-presidente acusado de crimes federais.
A acusação considerou que "não havia risco de fuga" e o magistrado libertou o presidente sem limitações à liberdade de circulação.
É o segundo caso criminal que Trump enfrenta enquanto procura recuperar a Casa Branca em 2024. Também é acusado, no tribunal estadual de Nova Iorque, de falsificar registos comerciais durante a campanha de 2016.
Trump negou qualquer irregularidade, dizendo que está a ser injustamente visado por adversários políticos que querem prejudicar a sua campanha.
Sem receio de passar a noite na prisão, Donald Trump tinha marcado um encontro com a comunicação social em Nova Jérsia para responder publicamente às acusações.
Segurança reforçada em Miami
A possibilidade de Donald Trump se tornar no primeiro antigo presidente a enfrentar um juiz federal foi suficiente para desencadear uma operação especial das autoridades.
Manifestações de apoio ao antigo presidente e à investigação da Justiça norte-americana dividiram as ruas à volta do Tribunal Federal.
Perseguição política, diz Trump
O antigo presidente dos EUA insiste, como tem feito ao longo de anos de problemas legais, que nada fez de errado e que está a ser perseguido por motivos políticos, ignorando a gravidade do momento - 37 acusações de crime por reter intencionalmente registos confidenciais que, segundo os procuradores, poderiam por em risco a segurança nacional se fossem expostos.
O antigo chefe de Estado personalizou o ataque ao responsável pelo processo, atacando Smith como "um 'hater' de Trump".
"Estão a fazer isto porque não conseguem ganhar as eleições de forma justa e honesta", disse Trump na segunda-feira numa entrevista ao Americano Media.
Primeira acusação Federal contra um antigo Chefe de Estado nos EUA
Este é um momento decisivo para um Departamento de Justiça dos EUA que, até à semana passada, nunca tinha deduzido acusações contra um antigo presidente. O Procurador-Geral Merrick Garland, nomeado pelo Presidente Joe Biden, tem procurado defender o departamento de ataques políticos, entregando o caso, no ano passado, a um conselheiro especial, Jack Smith, que na sexta-feira declarou: "Temos um conjunto de leis neste país, e elas aplicam-se a toda a gente".
A acusação, embora de natureza em grande parte processual, é a mais recente de um ajuste de contas público sem precedentes para Trump, que este ano enfrenta também acusações em Nova Iorque, decorrentes de pagamentos de dinheiro de proveniência duvidosa durante a sua campanha presidencial de 2016, a par de investigações em Washington e Atlanta sobre os esforços para anular os resultados das eleições de 2020.
(notícia em atualização)