Líderes do Azerbaijão e da Arménia em entrevista exclusiva à Euronews

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De  Anelise Borgeseuronews
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Negociámos durante meses para conseguir realizar uma entrevista em conjunto com os líderes do Azerbaijão e da Arménia.

Os dois países estão envolvidos num dos conflitos mais duradouros do mundo. O Nagorno-Karabakh tem sido palco de alguns dos episódios mais violentos da história recente do Cáucaso do Sul. Apesar de um acordo de cessar-fogo mediado pela Rússia em 2020, as tensões estão longe de ter chegado ao fim.

Mediação: o papel da UE, dos Estados Unidos e da Rússia

Os Estados Unidos e a União Europeia têm vindo a desempenhar um papel mais importante na mediação da crise, desde o vazio deixado pela Rússia, medidador tradicional do poder regional, que se encontra agora atolado na Ucrânia). E as conversações têm vindo a encher as pessoas de esperança de uma paz duradoura.

Mas os últimos desenvolvimentos em torno dos desacordos sobre o Corredor de Lachin e as alegações de que o Azerbaijão está a bloquear a única passagem que liga a Arménia aos arménios no interior do Nagorno-Karabakh, parecem indicar que o caminho para a paz será longo.

Colocámos as mesmas perguntas a Ilham Aliyev e a Nikol Pashinyan e demos-lhes a oportunidade de expressarem os seus pontos de vista, sem interrupções ou contestações.

Um lado tenso e zangado, outro vencedor e bem-disposto

A ideia era dar a ambas as partes uma plataforma para exprimirem os seus pontos de vista sobre o conflito e sobre as possibilidades de paz.

Ficou claro quem se sentia vencedor quando me encontrei com os dois líderes ao longo da semana passada: Aliyev chegou ao encontro sorridente e claramente à vontade, enquanto Pashinyan estava tenso, quase zangado.

Ambos tinham muito a dizer sobre a razão pela qual se encontravam nos respectivos estados de espírito.

Aliyev disse que vencer a última guerra total contra a Arménia era "a missão da sua vida política" e que agora estava pronto para falar de paz. Enquanto Pashinyan insistiu que muitos dos pontos acordados em sucessivas negociações "estavam a ser violados" e que "ninguém prometeu que seria fácil alcançar a paz".

Ambos os líderes concordaram que a mediação internacional era importante e benéfica, mas reconheceram os diferentes interesses de certos intervenientes - e o facto de a paz na região não servir o mesmo objetivo para todos.

A paz: um trabalho que pode levar gerações

Mas talvez o aspeto mais interessante destas duas entrevistas tenha a ver com coisas que não aparecem nesta edição específica de Global Conversation: as conversas que tive com pessoas de ambos os lados durante as minhas viagens pelo Azerbaijão e pela Arménia.

O ressentimento e a dor ainda estão vivos. A ligação que as pessoas sentem à terra naquela parte do mundo une-os e divide-os em igual medida.

Sejam quais forem os corpos diplomáticos que consigam negociar entre si na Europa, nos Estados Unidos ou mesmo em Moscovo, o caminho para a paz terá de incluir os povos. E esse é um trabalho que pode levar gerações, mas que parece ser a única forma de construir uma realidade diferente para o Nagorno-Kharabah, a Arménia e o Azerbaijão. E para os seus habitantes.

Clique no vídeo para ver as entrevistas na íntegra

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