CEDEAO anunciou que os chefes do Estado-Maior dos países que integram o grupo vão reunir-se em Abuja, entre esta quarta e sexta-feira, para discutir o golpe em curso no Níger.
Aterrou em Paris, no aeroporto Paris-Roissy Charles de Gaulle, o primeiro de vários aviões enviados por França para retirar centenas de pessoas do Níger.
De acordo com a diplomacia francesa, a bordo do aparelho, que chegou pouco depois das 00h30 (hora de Lisboa) desta quarta-feira, viajaram 262 pessoas, incluindo um dúzia de crianças.
O ministério dos Negócios Estrangeiros de França dá conta de que a maioria dos cidadãos são franceses, mas entre os passageiros transportados contam-se ainda portugueses, nigerianos, belgas, etíopes e libaneses.
Os estrangeiros estão a ser incentivados a deixar o país africano porque há o risco de ficarem bloqueados na sequência do agravamento da tensão crescente após o golpe militar da semana passada.
A situação na capital do país continua periclitante, com várias manifestações contra França, antiga potência colonial.
O executivo francês justificou a operação de repatriamento com a "violência ocorrida contra a embaixada" francesa no domingo, por apoiantes do golpe de estado que derrubou o presidente eleito Mohamed Bazoum, na semana passada, e devido ao encerramento do espaço aéreo.
O país está num limbo e os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) deram aos golpistas o prazo de uma semana para ceder o poder ou enfrentar o uso da força.
O primeiro-ministro denunciou um "golpe de Estado gratuito" e reiterou que o Níger conta "fortemente com a sua parceria internacional."
"É uma situação que pode ser resolvida antes da intervenção militar da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental. Primeiro, porque temos um presidente que é refém, mas que está bem de espírito e pronto para enfrentar a situação como ela é, mas também os golpistas. Dizem que são patriotas”, sublinhou o primeiro-ministro Ouhoumoudou Mahamadou.
Na segunda-feira, foram divulgadas as primeiras fotos do presidente deposto do Níger sentado ao lado do líder do Chade, que está a tentar mediar uma solução.
Até agora não há sinal de recuo da liderança da junta militar responsável pelo golpe e os vizinhos do Níger, Burkina Faso, Mali e Guiné, alertaram a CEDEAO para não intervir militarmente.
A CEDEAO anunciou, esta terça-feira, que os chefes do Estado-Maior dos países que integram o grupo vão reunir-se em Abuja, entre esta quarta e sexta-feira, para discutir o golpe em curso no Níger.