O bloqueio, motivado por protestos contra o levantamento de restrições aos camionistas ucranianos, mantém-se há mais de um mês.
Os agricultores juntaram-se aos protestos na fronteira entre a Polónia e a Ucrânia por parte das empresas de transportes e dos camionistas. O bloqueio contra os camiões ucranianos criou longas filas de espera e perturbações significativas, agravadas pelo frio.
"Deixem-nos ir para casa. Este é o nosso pedido. Isto não é normal. Algumas pessoas vieram para cá e passaram até 3 semanas na cabine", conta Oleg Treciak, camionista.
Há voluntários a oferecer comida aos condutores. Artom é ucraniano e vive na Polónia há vários anos: "Trouxemos comida, incluindo sopa quente, e algumas coisas básicas de que os condutores que ficam aqui precisam", conta.
Uma das principais queixas dos proprietários de empresas de transporte polacas é a supressão das autorizações para os motoristas da Ucrânia, a fim de evitar perturbações no transporte.
Edyta Ozygala, manifestante e proprietária de uma empresa de transportes, diz: "A principal queixa diz respeito à exclusão dos motoristas da UE de um sistema a que chamamos "fila eletrónica" que regula as partidas da Ucrânia e a entrada na Polónia. Este tempo é tempo perdido, enquanto esperamos pela partida da Ucrânia. Temos de passar muitos dias lá, geralmente, neste momento, são cerca de 12-14 dias de espera, e esperamos em carros".
A segunda questão importante prende-se com as restrições da Comissão Europeia ao número de camiões que transitam entre a Ucrânia e a UE, que foram alteradas para ajudar a Ucrânia após a invasão russa.
Krzysztof Bosak, deputado do Partido da Confederação, diz: "Queremos a retirada do contrato desfavorável entre a UE e a Ucrânia. Um contrato que eliminou um sistema de autorizações mútuas que anteriormente regulava as relações entre a Ucrânia e a UE no setor dos transportes. O desmantelamento total do sistema de autorizações, como fez Bruxelas, desestabilizou completamente o mercado e precisamos de regressar à situação normal, em que os empresários de ambos os lados saibam qual é a sua posição".
Já passou um mês de protestos nas fronteiras com a Ucrânia e, nos últimos dias, aos polacos juntaram-se também os camionistas na Eslováquia.