Polacos foram ao cinema assistir à queda do governo

Polacos assistiram em direto numa sala de cinema ao dia agitado no parlamento
Polacos assistiram em direto numa sala de cinema ao dia agitado no parlamento Direitos de autor Michal Dyjuk/AP
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De  Euronews
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Em Varsóvia, no dia em que Mateusz Morawiecki viu rejeitada uma moção de confiança e Donald Tusk foi nomeado primeiro-ministro, houve quem quisesse assistir numa sala de cinema às cenas em direto do parlamento.

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O antigo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, recebeu na segunda-feira a aprovação do parlamento da Polónia para ser nomeado primeiro-ministro, com 248 votos a favor dos deputados e 201 contra. Mas, antes da votação para a nomeação de Tusk, Mateusz Morawiecki, que liderava o governo populista do Partido Lei e Justiça, há oito anos no poder, viu o seu executivo cair, rejeitado pelos deputados ao perder uma moção de confiança.

O dia previa-se tenso e repleto de acontecimentos para a atualidade polaca e houve quem não quisesse perder um segundo das cenas no parlamento: em Varsóvia, o filme do dia foi transmitido em direto em dois ecrãs gigantes de uma sala de cinema.

"Alguns milhares de pessoas registaram-se para virem ver aqui no cinema. Só temos dois ecrãs disponíveis, porque também estamos a mostrar filmes. As pessoas podem vir e ver durante o mês inteiro. Temos a aprovação da Câmara dos Representantes para tornar isto um programa pedagógico", disse à AP Michal Marszal.

Nos ecrãs, os polacos viram e ouviram os discursos de Mateusz Morawiecki, líder cessante, e do primeiro-ministro eleito, Donald Tusk, que prometeu "reparar" tudo que está errado para que, a partir de terça-feira, "todos possam sentir-se em casa na Polónia".

"Obrigada, Polónia. Foi um grande dia. Não para mim, mas para todos os que, ao longo de todos estes anos, acreditaram profundamente, até cantaram, que as coisas iriam ficar ainda melhor, que iríamos afugentar a escuridão, que iríamos afastar o mal", sublinhou Donald Tusk no parlamento.

No poder desde 2015, o Partido Lei e Justiça tem sido acusado de desrespeitar os direitos das minorias, de tornar os órgãos de comunicação estatais instrumentos de propaganda e de provocar conflitos com a União Europeia, que congelou milhares de milhões de euros em fundos destinados à Polónia, devido à deriva populista do executivo.

Donald Tusk, que se dirige esta terça-feira, mais uma vez, ao parlamento polaco, prometeu estreitar relações com Bruxelas e obter luz verde ao desbloqueio das verbas. O antigo presidente do Conselho Europeu, cuja chegada ao poder foi saudada com grande entusiasmo pelos altos funcionários das instituições europeias, deverá apresentar esta terça-feira o seu governo, antes de enfrentar a formalidade de uma moção de confiança.

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