Cargueiro com bandeira do Panamá que ia recolher cereais ucranianos a um porto no Danúbio ficou danificado após embate com mina russa. Duas pessoas ficaram feridas.
Um cargueiro com bandeira do Panamá embateu numa mina russa no Mar Negro na quarta-feira. O incidente fez dois feridos, garantem as forças ucranianas. O cargueiro dirigia-se para um porto no Danúbio para carregar cereais.
O embate na mina fez deflagrar um incêndio e a tripulação foi assistida pela guarda costeira. O comandante e um dos marinheiros, de nacionalidade egípcia, foram hopitalizados na cidade de Izmail, informaram as autoridades regionais de Odessa.
Não é a primeira vez que acontece um incidente deste tipo no Mar Negro, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia: em outubro, ao largo da Roménia, um cargueiro de pavilhão turco também atingiu uma mina russa, que provocou danos na embarcação mas não fez feridos entre os tripulantes.
Moscovo intensificou os ataques às infraestruturas portuárias sobretudo desde que, em meados de julho, abandonou o acordo mediado pela ONU que previa o transporte seguro de cereais ucranianos através de um corredor no Mar Negro, alegando que as exigências russas não tinham sido satisfeitas.
Kiev estabeleceu desde então uma rota alternativa, mas garante que os russos têm colocado engenhos explosivos muito próximos dos locais de passagem dos cargueiros.
Russos avançam em Bakhmut
No terreno, as forças russas parecem ter feito avanços em Bakhmut, Avdiivka, Verbove e na cidade de Donetsk, indica o Istitute for the Study of War, um think tank norte-americano que tem monitorizado a guerra na Ucrânia. Os ataques às posições da Ucrânia são constantes e dificultam a vida à infantaria de Kiev, ainda que as forças ucranianas garantam que continuam a resistir.
Os ataques russos também são perniciosos para os civis que vivem nas localidades mais próximas da linha de contacto entre as duas frentes rivais: estima-se que 49% da população - cerca de 17,6 milhões de pessoas - precise de ajuda humanitária, um aumento significativo dos cerca de três milhões de ucranianos que tinham necessidade de auxílio no início de 2022.