As razões da cólera dos agricultores franceses

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De  Mathieu Orcel
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Nesta edição de Witness, acompanhamos Xavier e Flora, que participaram nos bloqueios de estradas à volta de Paris. O que está a enfurecer os agricultores franceses? Fomos à procura das causas.

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Os agricultores franceses estão zangados. Em novembro passado, viraram os sinais de trânsito de pernas para o ar para reivindicar o slogan: "On marche sur la tête" ("Estamos a andar de cabeça para baixo"). No entanto, afirmam que isso não foi suficiente. O comércio livre, o Mercosul, o Pacto Verde e a burocracia são os principais temas a causar revolta entre a classe.

No pequeno município de Bazarnes, no departamento de Yonne, a quinta de Flora tem 100 ovelhas. Todas as manhãs, às oito e quinze, tem de ir cuidar e alimentar as ovelhas. "Acabamos mesmo por nos perguntar: quem nos vai alimentar amanhã? Porque não temos a certeza se ainda cá estaremos", interroga-se. O seu emprego está em perigo. A União Europeia acaba de assinar um acordo de comércio livre com a Nova Zelândia que permite importar borregos para França a metade do seu valor. "Vão encontrar borrego neozelandês nas lojas de todo o lado, que viajou 18.000 quilómetros", declara.

A burocracia administrativa e a aplicação do Pacto Verde Europeu, um conjunto de normas a favor da redução dos pesticidas, estão no centro da cólera de Xavier, agricultor e produtor de cereais, vizinho de Flora. Prepara-se para se juntar aos bloqueios na região parisiense com o seu trator. Para Xavier, "é uma carga mental muito pesada", reflete, enquanto se aproxima, quilómetro a quilómetro, do seu objetivo.

Após três dias de bloqueios, começa a haver alguma esperança. Para além da prometida simplificação dos procedimentos administrativos, o governo comprometeu-se a recuar no Pacto Verde, a manter os subsídios fiscais ao GNR, o combustível utilizado pelos agricultores, e declarou que não queria o acordo de comércio livre com o Mercosul. Os bloqueios foram finalmente levantados.

Xavier e Flora recebem a notícia com otimismo, embora não desistam. Depois das promessas do governo, os agricultores esperam ação, e depressa.

Veja a reportagem completa clicando no vídeo acima.

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