Putin diz que prefere o "previsível" Biden a Trump na Casa Branca

Gesto do Presidente russo Vladimir Putin durante a sua entrevista ao correspondente da televisão estatal russa Rossiya 1, Pavel Zarubin, em Moscovo
Gesto do Presidente russo Vladimir Putin durante a sua entrevista ao correspondente da televisão estatal russa Rossiya 1, Pavel Zarubin, em Moscovo Direitos de autor Alexander Kazakov/Sputnik
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Artigo publicado originalmente em inglês

O Presidente russo afirmou que estaria pronto a trabalhar com qualquer candidato que o povo americano escolhesse.

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Vladimir Putin disse que preferia que o atual presidente Joe Biden ganhasse numa possível disputa com o líder republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro nos EUA.

Numa entrevista com o jornalista da televisão estatal russa Pavel Zarubin, publicada no canal de Telegram do Kremlin, Putin disse que Biden é "mais experiente e mais previsível" do que o ex-presidente Donald Trump, que atualmente lidera a corrida para ser o candidato republicano.

"Ele é um político da 'velha guarda'", disse Putin sobre Biden. "Mas trabalharemos com qualquer líder americano, eleito pelo povo da América", acrescentou.

Quando confrontado com a idade avançada do Presidente Biden, 82 anos, Putin ignorou a questão.

"Não sou médico e não considero correto fazer comentários sobre isso", respondeu.

Em seguida, sugeriu que o Presidente Biden estava de boa saúde quando os dois chefes de Estado se reuniram em Genebra em 2021. "Falaram que ele estava incapacitado, mas eu não vi nada disso", disse Putin.

Sondagens recentes sugerem que o público americano está preocupado com a idade do Presidente Biden, que, se for reeleito, terá 87 anos no final do seu segundo mandato.

Russian President Vladimir Putin and US President Joe Biden in Geneva, Switzerland, on June 16, 2021
Russian President Vladimir Putin and US President Joe Biden in Geneva, Switzerland, on June 16, 2021Alexander Zemlianichenko/Copyright 2021 The AP. All rights reserved

É a primeira vez que o Presidente russo fala publicamente sobre a próxima eleição presidencial nos EUA.

A declaração surge dias depois de Donald Trump ter sugerido, num comício na Carolina do Sul, que "encorajaria" a Rússia a atacar qualquer país da NATO que não contribuísse com 2% do seu PIB para os cofres da aliança militar.

Os seus comentários, juntamente com o facto de ter questionado o financiamento dos EUA a Kiev, suscitaram receios na Europa de que um segundo mandato de Trump possa alterar significativamente a posição unificada do Ocidente sobre o conflito na Ucrânia e, assim, favorecer Putin.

O Presidente Biden disse na terça-feira que Trump "se curvou perante um ditador russo", enquanto o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, advertiu na quarta-feira que o poder de dissuasão da sua aliança não deve ser "minado".

Donald Trump and Vladimir Putin at the G20 Summit in Hamburg, Germany, Friday, July 7, 2017
Donald Trump and Vladimir Putin at the G20 Summit in Hamburg, Germany, Friday, July 7, 2017Evan Vucci/Copyright 2017 The AP. All rights reserved.

Na entrevista, Putin também criticou a política de Biden em relação à Ucrânia. O presidente dos EUA tem prometido constantemente apoiar Kiev "o tempo que for preciso" e está a pressionar a câmara baixa do Congresso para aprovar um pacote de ajuda ao país devastado pela guerra no valor de 60 mil milhões de dólares (56 mil milhões de euros).

"Acredito que a posição da atual administração é muito errada e incorrecta, e já disse isso ao Presidente Biden", afirmou Putin.

Numa entrevista recente ao antigo apresentador da Fox News, Tucker Carlson, Putin afirmou que a operação militar da Rússia na Ucrânia visava proteger os interesses de segurança de Moscovo perante a expansão da NATO para leste.

Na quarta-feira, Putin disse ao jornalista Pavel Zarubin que esperava mais da entrevista com Carlson, afirmando que o americano não fez as perguntas difíceis que ele previa.

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