Navalny apareceu por vídeochamada, na quinta-feira, numa audiência. Autoridades russas dizem que a causa da morte está "a ser investigada".
As últimas imagens de Alexei Navalny foram captadas na quinta-feira na colónia penal IK-3, em Kharp, na região de Yamal-Nenets, a cerca de 1900 quilómetros a nordeste de Moscovo, para onde foi transferido em dezembro do ano passado.
As imagens divulgadas pelo canal de Telegram SotaVision mostram o principal opositor de Vladimir Putin a participar por vídeochamada numa audiência.
As autoridades prisionais russas anunciaram a morte de Alexei Navalny esta sexta-feira. Segundo o comunicado do Serviço Prisional Federal, Navalny sentiu-se mal depois de uma caminhada e "perdeu a consciência quase imediatamente". "Todas as medidas de reanimação necessárias foram realizadas", garantem na mesma nota.
A mulher de Alexei Navalny, que já reagiu, diz que não sabe se deve acreditar na notícia de que o marido morreu, uma vez que a informação foi divulgada por fontes governamentais. "Ninguém pode confiar em Putin, eles mentem sempre", afirmou à margem da Munich Security Conference, onde era oradora convidada.
"Se for verdade, então Putin e os seus amigos devem saber que vão ser responsabilizados por aquilo que fizeram ao país e à minha família", garantiu Yulia Navalnaya, apelando à unidade da comunidade internacional na luta contra o regime de Putin.
"Quero apelar a toda a comunidade mundial, a todas as pessoas presentes nesta sala, a todo o mundo, para que nos unamos e derrotemos este mal, derrotemos o regime horrendo que existe atualmente na Rússia", declarou.
As autoridades russas, entretanto, anunciaram a abertura de uma investigação à morte de Navalny.
As Nações Unidas também já vieram pedir uma investigação "imparcial, completa e transparente realizada por um órgão independente".
Em comunicado, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) apela a que as autoridades russas "assegurem a realização de uma investigação credível" e "ponham fim à perseguição de políticos, defensores dos direitos humanos e jornalistas, entre outros".
"Todos os detidos ou condenados a diversas penas de prisão em relação ao exercício legítimo dos seus direitos, incluindo o direito à liberdade de reunião e expressão pacíficas, devem ser imediatamente libertados", lê-se na mesma nota.
Alexei Navalny, principal figura da oposição russa, tinha 47 anos. Estava preso na Rússia desde que decidiu regressar ao país em 2021, vindo da Alemanha, onde estava a receber tratamento após ter sido envenenado em 2020.