Suecos divididos sobre adesão à NATO: "Sempre fomos um país neutro"

Ulf Kristersson e Viktor Órban
Ulf Kristersson e Viktor Órban Direitos de autor Denes Erdos/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
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Opinião pública sueca sempre foi contra a adesão à NATO, até a Rússia invadir a Ucrânia.

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O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, saudou a ratificação da adesão da Suécia à NATO pelo parlamento húngaro e declarou que segunda-feira foi "um dia histórico" para o país: "A Suécia está a deixar 200 anos de neutralidade e não-alinhamento para trás. É um grande passo. Temos de o levar a sério", sublinhou.

A votação do parlamento da Hungria eliminou finalmente o último obstáculo ao alargamento da Aliança Atlântica, terminando um diferendo que se arrastava há quase dois anos - todos os países da NATO têm de aprovar a entrada de um novo membro e a Hungria tardava em fazê-lo, sobretudo devido à forte ligação do primeiro-ministro, Viktor Órban, a Moscovo.

O secretário-geral da NATO, por sua vez, declarou que a entrada da Suécia vai "tornar-nos a todos mais fortes e deixar-nos mais seguros".

Jens Stoltenberg acrescentou ainda que a Suécia traz uma "indústria de defesa de primeira classe" e que Estocolmo gasta 2% do seu Produto Interno Bruto em defesa, algo que é pedido - e nem sempre cumprido - aos membros da Aliança Atlântica.

"Também demonstra que a porta da NATO está aberta e que o presidente Putin não foi bem sucedido na sua tentativa de fechar a porta da NATO", sublinhou Stoltenberg.

Tanto a Suécia como a Finlândia, que aderiu à aliança militar no ano passado, já tinham desenvolvido fortes laços com a NATO após o fim da Guerra Fria, mas a opinião pública dos nórdicos manteve-se firmemente contra a adesão plena até à guerra na Ucrânia.

O  fim da neutralidade

A Suécia tem-se mantido afastada de alianças militares há mais de 200 anos. Depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, Estocolmo abandonou a  política de não-alinhamento de longa data e decidiu candidatar-se à adesão à aliança juntamente com a vizinha Finlândia.

Em Estocolmo, os suecos dividiram-se quanto ao tema. E se há quem duvide dos benefícios de abandonar a neutralidade, há quem defenda que a adesão à NATO foi a decisão correta.

"Julgo que era o caminho certo para nós. Julgo que estamos numa nova era, é melhor fazer parte de uma aliança do que ser independente e neutro", disse Jacob Frederiken, piloto de profissão.

Já a bancária Ulrika Eklund admitiu dúvidas: "Não tenho a certeza se queria que tivéssemos aderido à NATO, e que efeito terá na Suécia, porque sempre fomos um país neutro", esclareceu.

Após a ratificação pelo parlamento húngaro, a adesão da Suécia à NATO deverá ficar finalizada em poucas semanas, aguardando-se apenas a conclusão dos passos finais do protocolo.

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