Vladimir Putin focou a campanha eleitoral na promessa de cumprir os seus objetivos na Ucrânia
A Rússia prepara-se para três dias de eleições presidenciais, de 15 a 17 de março. Ninguém acredita que Vladimir Putin, que se candidata a um terceiro mandato de seis anos, seja derrotado. O atual presidente silenciou quase todos os seus opositores, através de legislação que impõe pesadas multas ou penas de prisão. Alguns críticos morreram, outros fugiram para o estrangeiro. Isto, combinado com o facto de a Rússia estar isolada do mundo, deixa pouca margem para mudanças.
O chefe de Estado russo ficoua campanha eleitoral na promessa de cumprir os seus objetivos na Ucrânia, descrevendo o conflito como uma batalha contra o Ocidente pela sobrevivência da Rússia e dos seus cidadãos.
Prometeu conceder hipotecas baratas subsidiadas pelo governo para ajudar as famílias jovens, especialmente as que têm filhos, aumentando a sua popularidade e dinamizando o setor da construção em expansão.
Comprometeu-se também a investir mais fundos públicos nos cuidados de saúde, na educação, na ciência, na cultura e no desporto, prosseguindo simultaneamente os esforços para erradicar a pobreza.
Putin utilizará provavelmente a sua previsível vitória como prova de um apoio público esmagador à guerra. Há quem diga que o Kremlin poderá lançar outra ronda de mobilização de reservistas para engrossar as fileiras militares e tentar alargar os seus ganhos numa grande e nova ofensiva.
No plano internacional, e nas relações de Moscovo com parceiros como a China e a Índia, a vitória eleitoral de Putin ajudará a cimentar as alianças existentes, reforçando a mensagem do seu firme controlo sobre a política nacional.