Colonos israelitas queimam aldeia na Cisjordânia. Joe Biden avisa Irão para não “se atrever”

Feridos Palestinianos
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Um grupo de colonos israelitas atacou uma aldeia palestiniana na sexta-feira em busca de um rapaz dado como desaparecido. Em Washington, Biden avisa o Irão e volta a reiterar total apoio na defesa a Israel.

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Um grupo de colonos israelitas atacou uma aldeia palestiniana na Cisjordânia na sexta-feira, incendiando casas e carros. O tumulto provocou a morte de pelo menos um palestiniano e 25 ficaram feridos, disseram as autoridades de saúde palestinianas.

Um grupo israelita de defesa dos direitos humanos Yesh Din disse que os colonos judeus invadiram a aldeia de al-Mughayyir em busca de uma criança de 14 anos dada como desaparecida

Vídeos publicados na rede X pelo grupo de direitos humanos israelita mostram nuvens de fumo a sair de edifícios e carros em chamas, enquanto se ouvem vários tiros. Uma foto publicada pelo mesmo grupo mostrou o que parece ser uma multidão de colonos mascarados.

Fontes do exército israelita disseram que o corpo da criança foi encontrado na região de Malachei hashalom na tarde de sábado.

"Binyamin desapareceu ontem de manhã (sexta-feira) e foi assassinado num ataque terrorista", escrevem as IDF na rede social X.

De acordo com as autoridades, as buscas pelo autor do crime continuam.

O ataque à aldeia acontece depois da morte de dois palestinianos, incluindo um militante do Hamas, em confrontos com as forças israelitas.

Desde que a guerra eclodiu em outubro, mais de 460 palestinianos foram mortos na Cisjordânia pelas forças israelitas, deram conta às autoridades de saúde palestinianas.

Biden: "Estamos dedicados à defesa de Israel", apesar das tensões recentes

Joe Biden diz que os EUA continuam "dedicados" em defender Israel e que o "Irão não terá sucesso."

Israel está a preparar-se para um possível ataque iraniano depois de ter morto dois generais iranianos num ataque aéreo a instalações da embaixada do Irão na Síria na semana passada. O Irão culpa Israel pelas mortes e promete vingança. De acordo com a Associated Press, Israel ainda não teceu qualquer comentário sobre esse ataque.

Questionado qual era a sua mensagem para o Irâo perante a ameaça de um ataque a Israel, o presidente dos EUA respondeu um firme “Não o façam. Estamos dedicados em defender Israel”, respondeu o Presidente sobre o envio de mais tropas norte-americanas para o Médio Oriente. “Vamos apoiar Israel. O Irão não terá sucesso”, reforçou Biden. Sem entrar em maiores detalhes, Joe Biden diz que tem informações que o Irão vai atacar, “a minha expetativa é mais cedo do que tarde”, disse o Presidente dos EUA, sabendo que o aparente ataque aéreo israelita na Síria e a prometida retaliação iraniana podem levar a um conflito regional mais profundo.

Desde o início da guerra Israel-Hamas em Gaza há seis meses, tem havido troca de tiros quase diária entre as forças israelitas e o grupo militante Hezbollah apoiado pelo Irão ao longo da fronteira Israel-Líbano.

Israel abre novo caminho de ajuda para o norte de Gaza

Israel disse na sexta-feira que abriu uma nova passagem terrestre de ajuda humanitária ao norte de Gaza, depois das duras críticas das Nações Unidas que apontam que Israel nada faz, no sentido de facilitar o acesso da ajuda humanitária aos palestinianos que estão no território sitiado. A pressão dos EUA sobre Israel para facilitar a ajuda humanitária em Gaza também contribuiu para a abertura de nova passagem.

As forças de defesa israelitas disseram que os camiões que transportavam comida passaram na recém-inaugurada travessia norte na quinta-feira. A ajuda foi inspecionada na passagem de Kerem Shalom, perto da fronteira egípcia, antes da travessia até ao Norte. O novo sistema pretende ser uma alternativa àquele que tem sido um perigoso processo de transporte de ajuda do norte para o sul de Gaza.

Nos próximos dias, Israel prometeu abrir o seu porto na cidade de Asdode, no sul, para receber mais embarcações com ajuda humanitária.

Conselho Europeu impõe sanções a três organizações militantes palestinianas

O Conselho Europeu impôs sanções a três organizações militantes palestinianas, depois do seu alegado papel nos "ataques terroristas brutais e indiscriminados" em outubro contra Israel.

As sanções vão congelar os bens dos líderes desses grupos e proibir o financiamento ou acesso a recursos econômicos a esses grupos, direta ou indiretamente, disse o conselho em comunicado na sexta-feira.

Os grupos recentemente sancionados são a ala militar do Hamas, as Brigadas de Qassam, bem como as forças de elite Nukhba do Hamas e as Brigadas Al-Quds, o braço militar da Jihad Islâmica Palestiniana.

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O Hamas e a Jihad Islâmica entraram no sul de Israel em 7 outubro, matando mais de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns.

"O Hamas e outros grupos armados devem conceder imediatamente acesso humanitário a todos os reféns restantes", disse o comunicado do Conselho Europeu.

O Departamento de Estado dos EUA, da União Europeia e outros países ocidentais já consideram o Hamas e a Jihad Islâmica como grupos terroristas. O Conselho Europeu é o órgão que reúne os líderes dos 28 países da UE.

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